O Pará ainda precisa vacinar mais de 800 mil
pessoas até a próxima sexta-feira (1º), quando termina a Campanha Nacional de
Vacinação contra a Gripe, segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional
de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. Até o momento, o Estado alcançou
uma cobertura vacinal de 54,32%, tendo vacinado 863.009 pessoas, incluindo
todos os destinatários da campanha. A maior cobertura está entre as mulheres
puérperas (que tiveram bebês há até 45 dias) com 66,44%, seguidas pelos
trabalhadores da Saúde, com 65,98%; idosos com mais de 60 anos (64,88%);
professores (64,08%); gestantes (53,68%); crianças de seis meses a menores de 5
anos de idade (42,34%) e indígenas (31,56%).
A coordenadora Estadual de Imunização, Jaíra
Ataíde, ressaltou a necessidade de vacinar pessoas dos grupos prioritários.
“Você tem direito a se proteger antes que haja um surto de gripe, com vários
casos complicados e gente morrendo. O melhor momento de se proteger é agora, na
campanha de vacinação, com calma”, enfatizou Jaíra. “A gripe é uma doença grave
porque tem grande possibilidade de se complicar, levar à hospitalização e até
matar, principalmente crianças, idosos e mulheres grávidas”, acrescentou a
coordenadora estadual.
O quadro da Campanha no Pará é considerado
preocupante, pois desde o início desse período de imunização o Estado só
conseguiu cumprir 54,32% da meta. Até esta segunda-feira (28), a situação em
alguns municípios é a seguinte: Ananindeua (29,48%), Altamira (61,83%), Belém
(51,32%), Marabá (83,92%), Redenção (71,49%), Cametá (55,50%), Santarém
(39,92%), Breves (36,38%), Capanema (60,31%), Paragominas (72,01%), Santa
Izabel do Pará (61,17%), Soure (77,56%), Barcarena (52,83%) e Castanhal
(46,95%).
Características da doença - A gripe é uma infecção
viral aguda que atinge as vias respiratórias, tem comportamento sazonal, é
altamente transmissível, está presente em todo o planeta e pode contaminar um
indivíduo por várias vezes ao longo da vida. A doença começa geralmente com
febre alta, seguida de dores musculares, na garganta e cabeça, coriza e tosse
seca. Alguns casos podem ter complicações graves, como pneumonia, necessitando
de internação hospitalar.
A vacina oferecida nesta campanha protege contra os
vírus da gripe Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B, e é
fundamental para evitar complicações da gripe na população mais vulnerável,
como a evolução para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e até para o
óbito, que podem ser causados por todos esses vírus.
Segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica da
Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), até o momento foram notificados
362 casos de SRAG, dos quais 25 resultaram na morte dos pacientes.
Gravidade - A série histórica sobre a Síndrome
Respiratória Aguda Grave aponta que, em 2009, foram confirmados 1.568 casos;
833 em 2010; 28 em 2011; 162 em 2012; 766 em 2013; 194 em 2014; 175 em 2015;
1.033 em 2016 e 832 em 2017. Nos últimos três anos, 183 pessoas morreram por
causa dessa complicação, sendo 19 em 2015; 93 em 2016, e 71 em 2017.
“A vacina é segura e considerada uma das medidas
mais eficazes para evitar casos graves e óbitos por Influenza”, ressaltou a
chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Fátima Chaves.
Campanha - A meta é vacinar 1,6 milhão de pessoas
em todo o Pará, o que corresponde a 90% da população prioritária - crianças
entre seis meses e menores de 5 anos, idosos com mais de 60 anos de idade,
mulheres grávidas em qualquer idade gestacional e puérperas, trabalhadores da
Saúde, professores das áreas pública e privada, indígenas aldeados,
adolescentes e jovens de 12 a 21 anos que cumprem medidas socioeducativas,
detentos e funcionários do sistema penitenciário e indivíduos com doenças
crônicas comprovadas com laudo médico.
Além de tomar a vacina, para evitar a gripe a
população deve adotar algumas medidas preventivas, como lavar e higienizar as
mãos antes de consumir alimentos e após tossir e espirrar, utilizar lenço
descartável para higiene nasal, cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir,
evitar tocar nas mucosas dos olhos, nariz e boca, não compartilhar objetos de
uso pessoal (talheres, pratos, copos e garrafas), manter os ambientes bem
ventilados e evitar ficar perto de pessoas com sinais e sintomas de gripe.
Os dados da campanha são atualizados constantemente
pelas secretarias Municipais de Saúde, que alimentam o vacinômetro do
Ministério da Saúde, acessível para a população pelo link:
http://sipni.datasus.gov.br/si-pni-web/faces/relatorio/consolidado/vacinometroInfluenza.jsf