Moda, gastronomia, arte visual,
arquitetura e urbanismo e arquivos são os cinco novos segmentos que ganharam
assento no Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC), que tomará posse
nesta segunda-feira, 28, em cerimônia agendada para o Museu de Artes do Estado,
localizado no Palácio Lauro Sodré, em Belém. Os cinco novos conselheiros se
juntarão ao grupo de outros 48, totalizando 53 pessoas que representam desde a
cultura popular tradicional como carnaval e festa junina até o conhecimento
erudito representado pela Academia Paraense de Letras. O CMPC tem em sua
totalidade 106 membros entre titulares e efetivos e o mandato é de dois anos.
Instituído pela Lei 9.277, de 24
de maio de 2017, o Conselho tem a missão de debater a política pública de
cultura de Belém, além de apresentar ações que valorizem o segmento e ainda
promover os projetos de incentivo cultural. O titular Fundação Cultural de
Belém (Fumbel), Fábio Atanásio, será o presidente. Ele diz que o primeiro passo
do Conselho será a discussão do regimento, para o qual a Fumbel já possui um
conjunto de proposições para ser apreciado. A primeira reunião ordinária do
conselho está pré-agendada para o dia 11 de junho. Ainda constam como
prioridades os investimentos previstos para o Fundo Municipal de Cultura e as
diretrizes relacionadas à realização da Conferência Municipal de Cultura.
Para quem vai fazer parte do
Conselho pela primeira vez, como o estilista Jorge Bittencourt, que será
conselheiro do setorial da moda, o momento é de mudança e de reconhecimento da
cultura de Belém como um todo. "Temos e sabemos fazer uma cultura
fortalecida em novas raízes e tradições”, destaca o estilista, que começou sua
carreira aos 16 anos desenhando camisetas e hoje é referência na moda de Belém
com trabalhos assinados no Carnaval e no Círio de Nazaré. Ele confeccionou
quatro mantos que cobriram a imagem de Nossa Senhora de Nazaré nas edições dos
Círios de 2001/2002/2010/2011 e uma peça exclusiva que foi dada de presente ao
Papa Emérito Bento XVI.
O conselheiro Jorge Bittencourt
quer levar o pensamento das faculdades de moda e de designer para um debate
conjunto. Ele diz que o mundo “está de olho” no mercado paraense tanto da moda
quanto da culinária, e por isso, se faz necessário avançar nas políticas de
cultura voltadas para o setor. “É muito importante que a moda tenha
representatividade, será um novo momento, é o reconhecimento de um trabalho que
já é sucesso no Brasil e no exterior. Eu quero me reunir com os demais
conselheiros e debater o que podemos fzer em conjunto para nossa cultura”,
disse.
Para a conselheira de arte
digital no CMPC, Renata Aguiar, a cadeira tem grande importância porque
possibilita a discussão e maior abertura no acesso ao incentivo e recursos
públicos ao segmento. “A arte digital tem democratizado o acesso à produção e a
veiculação de arte, pois embora aconteça em museus, pode também acontecer pela
rede. Na Amazônia essa área ainda não é muito desenvolvida pela crença do alto
custo, quando na verdade podemos criar produções por celulares e outras mídias
móveis com objetivo de difundir a arte digital”, destaca Renata Aguiar, que é
professora, artista visual, fotógrafa e mestre em artes pela Universidade
Federal do Pará.
O CMPC é formado na sua
totalidade por representantes de órgãos da Prefeitura de Belém, Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB/Pará), Academia Paraense de Letras (APL), Ministério Público
do Estado (MPE), Câmara Municipal de Belém, Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro, além de segmentos de dança, teatro, cultura popular tradicional
como carnaval, festa junina e outros, além das agências distritais de
Mosqueiro, Icoaraci e Outeiro. O Conselho, segundo o presidente da Fumbel, está
bem diversificado e será mais um espaço democrático para debater a política
cultural do município de Belém.