Documentário sobre tradições ribeirinhas será apresentado em Cametá





O projeto de Extensão Cartografias Amazônicas da faculdade Estácio FAP promove no domingo, 11 de fevereiro, às 18h30, a exibição do audiovisual “Remansinho do rio Tentém” para comunidade ribeirinha do Rio Tentem, na região do baixo Tocantins, no município de Cametá. O filme é resultado das pesquisas realizadas na região durante os anos de 2016 e 2017 e narra as memórias de pescadores residentes nas ilhas de Cametá, nordeste paraense, que se uniram para fazer música durante as tradicionais festas de Reis e virada de ano. 

O filme dirigido e editado por Paulo de Castro, estudante de jornalismo da faculdade Estácio FAP, conta essa história que acontece há 38 anos quando os músicos pescadores saem pelos rios do município se apresentando de casa em casa e mantendo a tradição do banguê, ritmo que surgiu logo após a abolição da escravatura no Município de Cametá, com a chegada de negros fugitivos descendentes de escravos africanos que trabalhavam nos engenhos de cana-de-açúcar da Ilha do Marajó.

As memórias do grupo estão imersas na visualidade amazônica e são contadas em viagens de barcos pelos furos do rio Tocantins. João Tenório e seus filhos, personagens principais da história, mostram um pouco do cotidiano da vida ribeirinha: a conversa no trapiche, o embalo na rede e o cotidiano do pescador ou mariscador, como ele mesmo se define, que diariamente coloca e retira o  matapi do rio na esperança de capturar camarão. Além disso, cantam, tocam e falam de seu processo criativo.

As composições musicais seguem duas vertentes. De um lado existem as músicas sagradas que falam da fé, religiosidade, esperança e se convertem em bênçãos nas apresentações em dia de reis. Do outro lado há uma vertente musical, mais profana, que faz uma crônica do cotidiano do Brasil e falam de corrupção, eternizam a tragédia do naufrágio de bois de Barcarena, a vida do mariscador, tudo vira mote para as mais de 60 músicas do Banguê Remansinho.




“Eles mantêm a tradição cabocla de se apresentar sentados no chão, em roda, como sempre fizeram nas vilas de Cametá e com suas letras fazem uma interface entre a vida ribeirinha e as narrativas da realidade midiatizada nos meios de comunicação de massa”, explica a professora Viviane Menna, que coordena o grupo de estudantes de Comunicação Social da Estácio FAP que trabalha no “Projeto de Extensão Cartografias Amazônicas”. Os estudantes do projeto, desde 2013, vêm criando narrativas em múltiplas linguagens com a missão de colocar no ciberespaço um pouco mais da cultura da Amazônia Paraense.



Exibição do audiovisual “Remansinho do rio Tentém” de Paulo Castro

Local: Casa do João Tenório na comunidade ribeirinha do Rio Tentem

Data:11/02/18 -  18h30

Foto: Divulgação