Nesta terça-feira, 8, o
tradicional projeto “Cinema e Música” do Cinema Olympia, que exibe filmes mudos
com acompanhamento musical ao vivo, traz o filme “Pão Nosso de Cada Dia” (“City
Girl”), uma produção de 1930 com direção de F. W. Murnau. A sessão começa às
18h30, tem parceria com a Fundação Carlos Gomes e entrada gratuita.
A trama do filme mostra o jovem
agricultor Lem (Charles Farrell), que vai para Chicago vender a safra de trigo
da família e conhece a garçonete Marie (Mary Duncan). Ele se apaixona pela moça
e a leva à casa da família, apresentando-a como sua esposa. A presença de Marie
na fazenda gera suspeita e conflitos por parte do pai do rapaz (David
Torrance), que não a recebe bem.
Semelhante em estilo e tema à
“Aurora”, do mesmo diretor, o filme contém sequências de grande beleza visual e
poder emocional. Um drama muito bem feito, simples, eloquente e requintadamente
fotografado por Ernest Palmer.
Originalmente, “Pão Nosso de Cada
Dia” foi feito como um filme mudo, em 1928, para em seguida ser reeditado pelos
estúdios Fox, em 1930, com cenas faladas adicionadas, mas não dirigidas por
Friedrich Wilhelm Murnau, nesta que foi sua penúltima produção hollywoodiana. A
versão falada não existe mais, mas a silenciosa sobreviveu, e é essa que será
exibida no Cine Olympia.
Diretor - Friedrich Wilhelm
Murnau, ou F. W. Murnau, nasceu em 28 de dezembro de 1888, em Bielefeld, na
Alemanha. Foi um dos mais importantes realizadores do cinema mudo e do cinema
expressionista alemão.
Antes de ser cineasta, Murnau
estudou filosofia, literatura, música, e história das artes nas universidades
de Heidelberg e Berlim. Iniciou a carreira no cinema em 1919. Em 1920 produziu
uma versão de “O Médico e o Monstro”, de Robert L. Stevenson; em 1922, filmou
“Nosferatu”, um dos clássicos do expressionismo no cinema; e em 1924, fez “O
último Homem” e “Fausto”, ambos baseados na obra do escritor alemão Goethe.
Convidado por William Fox para
trabalhar em Hollywood, Murnau partiu para os Estados Unidos em 1926. No ano
seguinte, realizou para os estúdios Fox aquela que é considerada por muitos a
sua obra prima, “Aurora” (“Sunrise”, de 1927).
Embora “Aurora” não tenha sido um
sucesso de bilheteria, recebeu três troféus na primeira cerimônia de premiação
da Academia de Artes e Ciências de Hollywood, em 1927: melhor atriz (Janet
Gaynor), melhor fotografia (Charles Rosher & Karl Struss) e melhor
qualidade artística. Murnau morreu aos 42 anos em um acidente de carro na
Califórnia (EUA).
Piano - O pianista Paulo José
Campos de Melo, assim como nas outras edições do projeto “Cinema e Música”,
fará o acompanhamento, ao vivo, do longa “Pão Nosso de Cada Dia”.
Para Paulo José, é um grande
prazer fazer esse trabalho no Cinema Olympia. “Procuro utilizar elementos
modernos e criar uma trilha sonora nova, mas baseado na trilha original. Acho
que esse exercício é interessante para o público também, porque ele vai
perceber que se trata uma linguagem adaptada, mas com ecos do que foi feito no
início”, explicou o pianista.
Serviço:
Projeto “Cinema e Música” nesta
terça-feira, 8, às 18h30, no Cinema Olympia, com o filme mudo “Pão Nosso de
Cada Dia” (“City Girl”), de 1930, direção de F. W. Murnau. A sessão é uma
parceria com a Fundação Carlos Gomes e tem entrada gratuita.