“Parada da Leitura”: biblioteca de rua facilita acesso da população a acervo variado




Em meio à correria diária, que tal dar uma paradinha para ler, espairecer e adquirir um pouco mais de conhecimento? Foi com esta proposta que em 2014 a Prefeitura Municipal de Belém, em parceria com o Centro Universitário do Pará (Cesupa), implantou o projeto “Parada da Leitura”, uma biblioteca de rua localizada no movimentado bairro de São Brás que conta, hoje, com 1.800 títulos à disposição de qualquer pessoa.

Com o objetivo de incentivar e democratizar o acesso à leitura, o projeto foi instalado num ponto de ônibus localizado na praça do Operário, em frente ao Terminal Rodoviário de Belém, local escolhido estrategicamente por registrar um grande fluxo de pessoas diariamente.

Para participar do projeto não é necessário fornecer nenhuma documentação ou efetuar cadastro, basta o interessado se dirigir ao local e emprestar o livro de seu interesse. “Depois é só desfrutar de uma boa leitura; seja na parada de ônibus, enquanto espera a condução, seja durante a viagem ou em qualquer lugar que desejar. O importante é disseminar o hábito na população, beneficiando pessoas de diversas idades e localidades”, destaca Robson Silva, do Sistema Municipal de Bibliotecas Escolares (Sismube), da Secretaria Municipal de Educação de Belém (Semec), que gerencia o projeto.

O acervo da “Parada da Leitura” é composto de obras de interesse geral, entre livros didáticos, literários, científicos, gibis e revistas. Os títulos são doados pela própria população e também arrecadados entre instituições interessadas na iniciativa. Do lançamento até agora o projeto já arrecadou mais de 30 mil doações.

O auxiliar de higiene hospitalar Rodrigo Santana, 37 anos, frequenta o projeto há quase um ano. Ele conta que sempre passa pela banca quando vai à feira e aproveita para ver o que tem de novidade. “Meus filhos estudam na Escola Municipal Amância Pantoja e os livros que peguei aqui já ajudaram muito eles também”, diz Rodrigo.

Rodrigo acrescenta que também contribui fazendo doações sempre que pode. “É importante doar para enriquecer o acervo e o projeto continuar. Por isso, eu trago livros que não usamos mais em casa e divulgo sempre na minha comunidade. Inclusive uma vez encontrei uma sacola de livros jogada no lixo e trouxe para cá. O que não interessa para alguns tem muito valor para outros”.

Doações - Quem quiser colaborar com o projeto como doador pode entregar as obras na própria “Parada da Leitura”, instalada no ponto de ônibus localizado na praça do Operário, sentido São Brás/Entroncamento, na avenida Almirante Barroso, das 8 às 17 horas; ou ainda na Secretaria Municipal de Educação, localizada na avenida José Malcher, 1291, das 8 às 14 horas.

Iniciativa que motiva e inspira

Paciente renal há oito anos, toda semana o estilista Jorge Luis Monteiro, 48 anos, sai de Marapanim, a 170 km de Belém, rumo à capital para fazer seu tratamento. Ele conheceu o projeto desde o início e é na “Parada da Leitura” que ele passa o tempo até o horário da sessão de hemodiálise.

“Gosto muito de ler, eu acho que quem lê ganha um dia a mais na vida. O contato com os livros me dá ânimo, pois não é nada fácil vir a Belém para fazer o tratamento, então os livros sempre me acompanham nessa jornada. Durante a hemodiálise eu fico ali lendo, me envolvo com a leitura e até esqueço que tenho uma limitação”, declara Jorge.

A “Parada da Leitura” também inspirou Jorge a levar a ideia para o seu município. Lá ele criou, junto com a comunidade, a “Canoa Literária”, para incentivar a leitura entre as crianças. “Montamos uma sala de leitura na nossa associação com uma canoa para doação e troca de livros. Assim a gente estimula a criançada a ler mais e auxilia nas pesquisas escolares. Boas iniciativas a gente tem que compartilhar e todos gostaram muito da ideia”, conta o estilista.

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