A Polícia Civil do Pará investiga
as circunstâncias das agressões e ameaças sofridas por um grupo de agricultores
que estava acampado em uma área rural, às margens do rio Araguaia, em São João
do Araguaia, no sudeste do Estado. As investigações são presididas pela equipe
de policiais civis da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca), sediada em
Marabá.
Nove pessoas, que faziam parte do
acampamento, estiveram na manhã de sexta-feira, dia 4, na sede da Delegacia,
onde comunicaram os fatos. O grupo de acampados era formado por cerca de 20
pessoas, que tiveram de sair de um acampamento que estava instalado dentro da
fazenda Esperantina, já que a propriedade foi reintegrada por determinação da
Justiça. Após serem despejados do local, eles se instalaram às margens do rio
Araguaia, na zona rural. Segundo as vítimas, por volta de 22 horas da
quinta-feira, dia 3, um grupo de 8 a 12 homens portando armas de fogo e armas
brancas chegou ao acampamento em dois veículos, sendo, um deles, uma picape.
O grupo armado teria chegado ao
local atirando para cima e teria obrigado as pessoas a desmontar o acampamento,
levando homens, mulheres e crianças para a estrada. O acampamento onde estavam
foi queimado. Das nove pessoas que estiveram na Deca, três relataram que foram
agredidas fisicamente. Uma jovem de 20 anos levou uma coronhada na cabeça e um
senhor de idade levou uma lapada de arma branca nas costas. Outras pessoas
também foram agredidas, mas preferiram não registrar ocorrência.
Segundo o delegado Waney
Alexandre, da Deca de Marabá, ainda não é possível afirmar se algumas pessoas
foram torturadas, fato que será apurado. "As pessoas que apresentaram
lesões foram encaminhadas para exames de corpo de delito e lesão corporal no
Centro de Perícias Científicas Renato Chaves de Marabá. A equipe da Deca
esteve, ainda na sexta-feira, na área onde ocorreram os fatos para iniciar as
investigações", explica.