A Polícia Civil prendeu em flagrante
três pessoas acusadas de crime contra o meio ambiente e associação criminosa,
no município de Tucuruí, no sudeste paraense, durante operação deflagrada por
policiais da Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá (Deca). Segundo
informação divulgada neste domingo (3), além dos três presos, cinco pessoas
foram conduzidas para a Seccional de Tucuruí pelos policiais.
Das cinco pessoas, quatro foram
liberadas após serem enquadradas por transporte ilegal de madeira e derrubada
de árvores para fins comerciais. O outro detido prestou depoimento e foi
liberado. Dois dos três presos em flagrante vão responder também por corrupção
ativa, por terem oferecido aos policiais civis R$ 10 mil para serem liberados.
Com os acusados foram apreendidos três
caminhões carregados com madeiras nobres, uma motosserra e R$ 6 mil em espécie.
A operação foi comandada pelo delegado Waney Alexandre, titular da Deca de
Marabá.
O delegado contou que, por volta de 10 h
de sábado (2), a equipe da Deca, que estava em missão na região de Tucuruí,
abordou quatro caminhões. Em três foram encontradas toras de madeiras nobres,
como Castanheira, que tem a extração proibida por lei. Ao verificarem os
veículos, os policiais constataram que se tratava de transporte ilegal de
madeira, visto que os motoristas não tinham autorização legal para transportar
produtos florestais.
Os três motoristas – identificados como
Marisvan dos Santos Pereira, Cosme Cerqueira de Moraes e Ocimar Pereira Reis -
foram detidos para responder por crime ambiental, previsto no artigo 46 da Lei
de Crimes Ambientais, nº 9.605/98. O quarto caminhão, conduzido por Marcos de
Pádua, estava descarregado. Marcos foi ouvido e liberado. Após a abordagem dos
caminhões, disse o delegado, os policiais civis foram ao local indicado pelo
motorista como área de extração de madeira nobre.
Devastação - Conforme Waney Alexandre, a
equipe policial constatou a existência de uma grande área devastada dentro de
um assentamento, na zona rural de Tucuruí. Durante a incursão policial, o
operador de motosserra Carlos da Silva Costa foi detido e responsabilizado pelo
crime de cortar árvore para fins comerciais.
No local foi preso em flagrante o
tratorista Josenildo Cunha, que vai responder por desmatar, degradar e explorar
economicamente a natureza, e por associação criminosa. Ainda segundo o
delegado, Carlos e Josenildo eram os responsáveis pela derrubada de castanheiras.
No momento da operação, os dois tentaram fugir, mas acabaram capturados.
Após as prisões e apreensões, a equipe
da Deaca foi abordada por dois homens, identificados como Eudes Moraes, de
apelido Cuca, e Antonio Carlos Siconelle, conhecido como Toninho, proprietários
dos caminhões e responsáveis pelas extrações de madeira na área. A abordagem
ocorreu quando os policiais civis já se deslocavam em direção à sede municipal
de Tucuruí, para realizar os procedimentos de praxe.
O delegado contou que Antonio Carlos lhe
ofereceu R$ 10 mil para que liberasse os presos. "Ele me falou que R$ 6
mil tinha no bolso, e os outros R$ 4 mil, para completar os R$ 10 mil, iria na
cidade para pegar emprestado", detalhou Waney Alexandre.
Após dar voz de prisão a Antonio Carlos,
o delegado revistou o acusado e encontrou em um dos bolsos dele os R$ 6 mil,
que foram apreendidos. O policial disse que gravou toda a conversa em um
celular.
Eudes Moraes é acusado de contratar
pessoas para extração ilegal de madeira, fornecendo as ferramentas e o
combustível usados pelos tratores. "Ele negociou com o responsável pelo
assentamento para fazer a extração das árvores na área. As madeiras cortadas
eram levadas pelo tratorista do matagal até a estrada vicinal, onde eram colocadas
nos caminhões, que as levariam até Tucuruí para abastecer serrarias do
município. Eles chegavam a cortar de duas a três castanheiras por dia",
afirmou o delegado.
Eudes e Antonio Carlos foram presos em
flagrante por desmatar, degradar e explorar economicamente a natureza, por
associação criminosa e corrupção ativa. Eles estão à disposição da Justiça.