Operação Assírios no município de Redenção - Foto: Ascom/PC |
A Polícia Civil do Pará em conjunto com
o Ministério Público do Estado deram prosseguimento, nesta terça-feira (06/11),
em Redenção, sudeste paraense, à Operação Assírios, com o cumprimento do
mandado de prisão decretado pela Justiça contra o advogado Sergio Luiz Santana,
procurador do município. Ele estava foragido desde a deflagração da segunda
fase da operação em 18 de outubro deste ano. Santana é acusado de integrar um
esquema criminoso que consiste em fraudes ocorridas na administração municipal
de Redenção, com prejuízo superior ao valor de R$ 15 milhões, em sete
procedimentos licitatórios referentes aos anos de 2013 a 2015.
O esquema envolveu, segundo as
investigações, agentes públicos, empresários e quatro empresas, que operavam
uma espécie de cartel, com contratos administrativos vigentes até os dias
atuais. O cumprimento da prisão do advogado foi coordenado pelos delegados
Tarsio Martins e Carlos Vieira, da Delegacia de Repressão a Defraudações
Públicas (DRDP), vinculada à DRCO (Divisão de Repressão ao Crime Organizado), e
pelo promotor de Justiça Leonardo Caldas, do MP do Pará.
A primeira fase da operação foi
deflagrada em 13 de setembro deste ano, quando mais de 80 agentes, entre
policiais civis e integrantes do Ministério Público, cumpriram 24 mandados
judiciais de busca e apreensão na Prefeitura Municipal de Redenção, Secretaria
de Obras, Sedes de empresas e residências de investigados, além da prisão dos
empresários Carlos Henrique Machado, Luiz Henrique Pereira Machado e os agentes
Públicos Sivaldo Alves de Souza e Valdeon Alves Chaves, nas cidades de
Redenção, Rio Maria, Tailândia e Belém.
O delegado Carlos Vieira explica que
decisões judiciais da Vara Criminal de Redenção já resultaram no bloqueio de R$
21 milhões do patrimônio dos indiciados no inquérito policial. Com a
deflagração da segunda fase da operação, em 18 de outubro, destaca o policial
civil, sete mandados judiciais de prisão foram simultaneamente cumpridos nos
Estados do Pará, em Tocantins e em Minas Gerais. Alessandro Dantas de Araujo,
ex-controlador geral do município, foi preso em Redenção na ocasião. Erlan
Silva Cassimiro foi preso em Rio Maria.
Advogado Sergio Luiz Santana, procurador do município - Foto:Ascom/PC |
Outra pessoa presa foi Patrícia de Sousa
Gonçalves, que foi localizada em Parauapebas, no sudeste do Pará. Foi presa
também Heloiza Helena Machado, localizada em Uberlândia (MG). Os presos estão
recolhidos no presídio do Centro de Recuperação Regional de Redenção. Conforme
o delegado Vieira, Sergio Luiz Santana foi procurado no dia da operação, em
Redenção, mas não foi localizado e desde então estava na condição de foragido.
"Ele teve pedido de liberdade negado pela Justiça do Estado do Pará. Ele
foi preso no Hospital Regional de Redenção", detalha.
Seguem foragidos ainda a empresária
Keley Borges de Araújo e o ex-secretário de obras do município de Redenção,
Clainor Scalabrin. O delegado Tarsio Martins explica que o nome da operação foi
inspirado no povo Assírio, importante civilização da antiguidade caracterizada
por ter sua economia baseada de forma muito importante em saques e
expropriações, além de tributos forçados em tempos de guerra, o que se encaixou
bem ao contexto de defraudações públicas investigado, no qual uma pequena
coletividade de indiciados usurpou recursos públicos.