Ciência e arte na edição da revista científica do Museu Goeldi

Uma revista científica é apenas - o que não é pouco – um dos muitos lugares do conhecimento. Nesse território de saber estão o conteúdo e o argumento para fazer do cotidiano um ambiente de debate e de construção. Muitas vezes, no espaço de uma publicação, se apresentam conflitos, análises que se opõem, já que é no campo das ideias onde as contribuições científicas se mostram essenciais.
É pelo papel essencial do debate científico que se tem pautado o Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas que lança a última edição de 2018.  Com onze artigos e uma resenha, concluímos o 124º ano da publicação, que se prepara para publicar, em 2019, três dossiês temáticos dentre outras dezenas de contribuições.

Da Antropologia às Artes, passando pela Arqueologia, Linguística e História, o número intitulado “Territórios e espaços simbólicos” apresenta uma diversidade de contribuições que cobrem desde a Amazônia brasileira até a porção meridional do continente sul americano.

Entre os temas sobre cultura indígena estão interpretações xamânicas, saúde indígena e relações de poder. Em “Tobacco visions: shamanic drawings of the Wauja Indians”, Aristóteles Barcelos Neto analisa desenhos xamânicos feitos pelos Wauja, nos quais narram mitos e sonhos e apresentam as possíveis formas corporais que assumem os apapaatai – seres espíritos. Já Alessandro Barghini em seu “Cauim: entre comida e ebriedade” apresenta análise sobre bebidas fermentadas para além de suas características narcóticas e intoxicantes, as terapêuticas.

O BMPEG. Ciências Humanas completa 124 anos em 2018, construído com a colaboração de autores e pesquisadores das diversas instituições de pesquisas, do Brasil e do mundo. Para 2019, a meta é publicar em caráter contínuo os conteúdos de suas edições, tendência observada no campo das revistas científicas, que torna mais rápida a disponibilização do conhecimento.