A Sociedade
Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)
emitiram nesta quarta-feira (5) uma nota técnica conjunta em que alertam os
pediatras sobre a situação do sarampo no Brasil. Segundo a nota, os estados do
Amazonas e Roraima concentram quase a totalidade de casos da doença no Brasil,
sendo que os maiores coeficientes de incidência estão entre os menores de um
ano de idade, atingindo até duas mil crianças para cada 100 mil habitantes no
Amazonas; e 782 crianças para cada 100 mil habitantes em Roraima.
Segundo a
presidente da SBP, dra Luciana Rodrigues Silva, a mensagem foi publicada com
foco nos especialistas porque “os pediatras têm papel fundamental na orientação
da população, no combate a falsas notícias e devem estar envolvidos com as
ações públicas de controle da doença”.
LEIA AQUI A
ÍNTEGRA DA NOTA.
“Apesar da
diminuição na notificação de casos nas últimas semanas de novembro, o País
continua a registrar novos casos suspeitos e confirmados. A vacinação
indiscriminada tem se mostrado a melhor ferramenta para o controle de surtos da
doença”, reforçam as instituições.
A nota
destaca ainda que a cobertura vacinal de 95% com duas doses da vacina tríplice
viral é considerada ideal, mas não foi atingida por nenhum estado da Federação.
O documento ressalta que a utilização da vacina em menores de um ano de idade é
estratégia fundamental para a redução de casos graves e óbitos relacionados à
doença.
RECOMENDAÇÕES
– A SBP e a SBIm recomendam que em situações de surtos, medidas gerais de
controle são fundamentais, tais como o aleitamento materno, evitar aglomerações
(especialmente crianças pequenas) e a vacinação. Também enfatizam a importância
da notificação de casos suspeitos e a rápida elucidação para a definição das
estratégias e ações de imunização.
“A aplicação
da vacina tríplice viral em lactentes a partir de seis meses de idade, adotada
pelo Ministério da Saúde, é segura e recomendada pela Organização Mundial da
Saúde (OMS). Esta dose, embora de menor eficácia, justifica-se pela alta taxa
de incidência da doença e risco para complicações e óbitos nessa faixa etária.
Devido à possibilidade da falha primária quando da vacinação de menores de 12
meses, essa dose da vacina tríplice viral não deverá ser considerada como
válida e, portanto, estas crianças deverão ser revacinadas recebendo as doses
rotineiras aos 12 e 15 meses de idade”, destaca a nota.
As
instituições dizem ainda que a vacinação de rotina de crianças maiores,
adolescentes e adultos que não tenham comprovação de vacinação prévia, deve ser
fortemente incentivada.“São considerados adequadamente imunizados aqueles que
apresentarem duas doses da vacina contra o sarampo, com intervalo mínimo de um
mês, acima de 1 ano de idade”, diz o alerta.
De acordo com
a nota técnica, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) deve manter a oferta
regular da vacina para atender à demanda da vacinação rotineira e a realização
de ações de bloqueio, intensificação e campanhas de vacinação, visando a
prevenção de novos casos de sarampo.