O uso de um scanner corporal (body
scanner) tem reforçado a segurança em unidades prisionais do Estado. O
equipamento, utilizado na revista de visitantes e também em servidores da
Susipe que atuam nos centros de detenção, é o mesmo usado em aeroportos
internacionais.
Durante o último final de semana, uma
visitante foi autuada em flagrante ao tentar ingressar no Centro de Recuperação
Feminino (CRF), localizado em Ananindeua com uma considerável quantidade de
drogas nas costas. O entorpecente foi detectado pelo aparelho quando a visita
passava pelo procedimento de revista, antes de entrar na unidade prisional.
“Esse equipamento é de alta tecnologia,
com o objetivo principal de aumentar a segurança nos presídios e de ajudar a
coibir a entrada de materiais ilícitos nas unidades. Desde que os equipamentos
foram instalados passamos a obter um controle maior no número desses objetos
ilegais apreendidos durante os procedimentos de revista de visitantes nas
unidades prisionais”, explica o diretor de Administração Penitenciária da
Susipe, Coronel Janderson Paixão.
Nove aparelhos já estão em uso nos
presídios paraenses. A aquisição dos equipamentos foi realizada com recursos
repassados ao Governo do Estado, por meio do Fundo Penitenciário Nacional
(Funpen), que destinou mais de R$ 23 milhões para o sistema penitenciário
paraense no ano de 2018. Deste investimento total, mais de R$ 2,5 milhões de
reais foram utilizados para a aquisição dos aparelhos de scanner corporal.
Todos os equipamentos foram adquiridos,
por meio de locação, através da empresa terceirizada VMI Sistema de Segurança
(de onde é essa empresa) que fez a instalação dos aparelhos e realizou o
treinamento dos agentes que são responsáveis pela revista. O equipamento conta
com tecnologia 3D e consegue verificar até mesmo cavidades corporais, evitando
o constrangimento da revista íntima, especialmente em relação às mulheres.
“O equipamento emite ondas de
radiofrequência e possui transmissores e receptores que ficam posicionados em
duas colunas. Após a pessoa passar pelo procedimento de revista, segundos
depois as imagens são transmitidas para um monitor, onde um agente analisará
visualmente a anatomia corporal, sendo possível revelar até mesmo objetos
escondidos em cavidades internas do corpo, através da tecnologia 3D”, explica o
diretor-geral penitenciário da Susipe, coronel Mauro Matos.
No Brasil, o body scanner já é utilizado
em presídios de 13 estados e no Distrito Federal: Amazonas, Acre, Maranhão,
Ceará, Pernambuco, Sergipe, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro,
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
No Pará, o aparelho já está em
funcionamento nos Centros de Recuperação Penitenciário do Pará CRPPI, CRPPII e
CRPPIII, no Presídio Estadual Metropolitano I (PEMI) e no Centro de Recuperação
Feminino (CRF), em Ananindeua. Já nas unidades prisionais do interior do
Estado, o equipamento está em uso no Centro de Recuperação Agrícola Mariano
Antunes (CRAMA), em Marabá, no Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de
Moura (CRASHM), em Santarém, no Centro de Recuperação Regional de Altamira
(CRRALT) e no Centro de Recuperação Regional de Tucuruí (CRRT).
Em 2018, durante revistas de rotina e
procedimento de revistas com visitantes para acesso às unidades penitenciárias
do Estado, foram apreendidos 6.384 materiais ilícitos entre celulares,
carregadores, chip’s, baterias, estoques, armas de fogo, munições e entorpecentes.
Já em 2019, entre janeiro e fevereiro deste ano, foram apreendidos 1.877
objetos proibidos durante as revistas nos 48 centros de detenção do Pará.