O Ministério Público do Estado do Pará
(MPPA), por meio do 1º promotor de Justiça do Tribunal do Júri de Belém, José
Rui de Almeida Barboza, ofereceu nesta 2ª feira (17) denúncia contra oito
pessoas acusadas de participarem da chamada “Chacina do Guamá”, que vitimou
onze pessoas e deixou um ferido na Passagem Jambu, no dia 19 de maio. Todos os
oito denunciados responderão pelos crimes de homicídio qualificado e lesão
corporal.
Os denunciados são: Pedro Josimar
Nogueira da Silva (Cabo Nogueira), José Maria da Silva Noronha (Cabo Noronha) e
Leonardo Fernandes de Lima (Cabo Leo), Ian Novic Correa Rodrigues (“Japa”),
Wellington Almeida Oliveira (Cabo Wellington), Jonatan Albuquerque Marinho
(“Diel”), Edivaldo dos Santos Santana e Jailson Costa Serra. Os dois últimos
responderão ainda pelos crimes de fraude processual e porte ilegal de arma,
respectivamente.
Conforme apurado no inquérito policial o
crime ocorreu no domingo, 19 de maio, por volta das 15h50, no local conhecido
como “Wanda’s Bar”, na passagem Jambu e teve como vítimas fatais Alex Rubens
Roque Silva, Flávia Telles Farias da Silva, Leandro Breno Tavares da Silva,
Maria Ivanilza Pinheiro Monteiro, Márcio Rogerio Silveira Assunção, Meire Helen
Sousa Fonseca, Paulo Henrique Passos Ferreira, Samara Santana da Silva Maciel,
Samira Tavares Cavalcante, Sergio dos Santos Oliveira e Tereza Raquel Silva
Franco.
Uma das pessoas que encontrava-se no bar
no momento da chacina, foi atingida e socorrida no local, apresentando lesão
corporal.
Na tarde do dia do crime os denunciados
encontraram-se na Panificadora e Confeitaria Esquina do Pão, de propriedade de
Jailson Costa Serra, localizada na Rua dos Paríquis, esquina como a Travessa
Quatorze de Abril e acertaram os detalhes de como agiriam, sendo que o Cabo Wellington
já se encontrava no bar, na função de olheiro, identificando e localizando os
alvos a serem executados, que inicialmente eram apenas duas pessoas.
A investigação apurou que ficou definido
que a execução das vítimas ficaria a cargo dos cabos Nogueira, Noronha e Leo e
que o deslocamento até ao bar seria no carro de Edivaldo Santana, o Celta de
placa OBV-4700, e na motocicleta marca Yamaha, modelo Fan, de cor vermelha.
Após encobrirem a ordem alfabética da
placa do carro e retirem a placa da motocicleta, seguiram até o Wanda’s Bar com
Edivaldo na direção do Celta, Cabo Leo no banco do carona e Ian Novic no banco
traseiro. Na motocicleta foram Josimar Nogueira, que a pilotava, e José Maria
Noronha na garoupa,
Após avisarem para o cabo Wellington
deixar o local, chegaram e estacionaram os veículos em frente ao bar e
desceram, a exceção de Edivaldo, que ficou na direção do carro aguardando a
execução das vítimas, Ian Novic ficou junto a porta, enquanto que os cabos
Noronha, Nogueira e Leo entraram no bar atirando, matando onze pessoas e
lesionando uma.
Individualizadas as condutas, os que
atiraram responderão como autores e os demais como partícipes, pelos crimes de
homicídio qualificado (pena de 12 a 30 anos de reclusão) e lesão corporal (pena
de reclusão de 1 a 5 anos), por cada uma das vítimas.
“Quando aos onze crimes de homicídios
qualificados, deve ser observado caráter hediondo, conforme preceitua a Lei
8.072\90, porquanto, os denunciados, com suas condutas, afetaram valores morais
e éticos, o direito fundamental à vida, revelaram comportamentos
inescrupulosos, perversos e inaceitáveis pela sociedade”, enfatizou na denúncia
o promotor de Justiça Rui Barboza.
A denúncia foi oferecida perante a 1ª
Vara do Tribunal do Júri de Belém.