Nem sempre há a disposição tomadas em
ambientes públicos para recarregar celulares, por exemplo. Foi pensando nisso
que estudantes de Engenharia de Produção e Civil, junto com os do curso de
Arquitetura e Urbanismo, da UNAMA – Universidade da Amazônia, montaram “árvores
sintéticas” que geram energia elétrica a partir de placas solares. Eles montaram
quatro unidades, que vão ser implementadas no campus Alcindo Cacela.
A estrutura consiste em “folhas” com
painéis fotovoltaicos e “caule” adaptado com tomadas tipo USB. Durante o dia,
essa energia recebida é dissipada para as extremidades dos “galhos” e segue
pelo “caule”, onde os usuários podem conectar seus dispositivos. O excedente é
armazenado em baterias para que os interessados possam recarregar os aparelhos
móveis – que incluem tablets e notebooks – a qualquer hora do dia. O tempo de
recarga fica em torno de uma hora e meia e cada exemplar pode receber dois
aparelhos ao mesmo tempo.
O projeto sustentável foi pensado com o
objetivo de aplicar os conhecimentos de elétrica e física para o
desenvolvimento de uma energia limpa e barata, além de mostrar as dificuldades
de se produzir um equipamento do tipo de grande porte. Os protótipos foram
criados a partir de materiais recicláveis como tubo de PVC, garrafa PET, sobras
de cabos elétricos e luminárias LED consideradas “queimadas”, caixotes de
madeira, bambu e plástico de proteção das telas dos televisores de LED.
A iniciativa surgiu após experimentos do
professor de Engenharia de Produção da UNAMA, Carlos Rolim, com materiais
descartados ou com pouco uso. “Já tínhamos ótimos resultados e pensamos em repassar
para os alunos. O projeto durou em torno de um semestre, mas, nos dois últimos
meses, eles tiveram a responsabilidade de conseguir os materiais. A montagem
foi rápida, em torno de uma semana, e cada árvore custou cerca de R$350 para
ser fabricada. Valor baixo, perto do rendimento e durabilidade do equipamento”,
disse o professor.
Para o coordenador das Engenharias da
UNAMA, Afonso Lelis, essas inovações agregam valor para além da academia. “Em
primeiro lugar, a ‘árvore’ possibilita trazer conhecimento para o aluno.
Mostrar que a universidade faz sim produtos na graduação que podem ser
comercializados e contribuem para um mundo melhor. Não ficamos somente na
publicação de artigos”, afirma o gestor.
A árvore sintética sustentável está em
fase de readequações para as áreas externas da Instituição. O projeto já está
inscrito em competições nacionais.