Depois de uma disputa acirrada, gostosa
e criativa, o concurso Comida di Buteco divulga os nomes dos três melhores
bares de Belém nesta terça-feira (04/06), na tradicional Festa da Saideira.
Este ano, o tema foi "20 anos, R$20", em comemoração aos 20 anos do
concurso no Brasil. Em todas as 21 cidades participantes do Comida, o
tira-gosto custou R$20. Nesta etapa paraense, participaram 20 botecos, sendo 18
de Belém e dois de Ananindeua. Em julho, o campeão paraense irá disputar a etapa
nacional em São Paulo.
Os botecos capricharam, investiram na
organização dos quatro critérios de votação: qualidade do atendimento,
temperatura da bebida, higiene e, claro, sabor do petisco. Este último tinha o
peso de 70% da nota. Público e júri técnico, 50% cada. "Quando começa o
concurso, o movimento muda, outras pessoas vêm especialmente para experimentar
o bar, o petisco, tudo. Fizemos tudo com muito carinho, reformamos as
instalações, contratamos reforço para o atendimento, tudo para receber o público
mais que especial do Comida. Estamos muito confiantes", afirma Nina
Oliveira, proprietária do Boteco da Nina, único bicampeão de Belém. O bar
apostou no “Brigite de Buteco”, discos de carne recheado com queijo,
acompanhado de um molho típico da casa.
Já o atual campeão de Belém e vice do
Brasil, a Confraria do Fraga, apostou em uma costelinha com farofa de castanha.
"O Comida é muito especial para todos nós, quem participa ganha. As
pessoas passam a conhecer novos espaços, sabores e experiências culturais",
ressalta Eudes Fraga, da Confraria do Fraga.
“A nossa missão é justamente esta:
mostrar para a cidade os seus sabores, a sua cozinha de raiz, e -
principalmente - as pessoas que a vivenciaram porque, para nós, o boteco deve
ser uma extensão de casa. É nele que nos sentimos à vontade, encontramos e reencontramos
amigos de maneira simples e espontânea”, enfatiza o coordenador regional do
Comida di Buteco, Elmo Santos.
Durante o evento, também serão
conhecidos o campeão do “Desafio Perdigão”, concurso que valoriza receitas
criadas com a linguiça Perdigão. “Quando estávamos criando o petisco, pensei
que teria que ter um sabor bem de boteco, bem real e deveria dar água na boca
só de pensar. E foi assim que nasceu a ‘canoa de calabresa recheada”, conta
Luanda Santos, proprietária do Taperebar.
Torcida
“O Comida é um concurso maravilho, ainda
mais neste ano que tivemos dois bares bem perto de casa, em Ananindeua. Fui aos
dois e é claro que estou na torcida pelos bares que representam a minha
cidade”, comenta Renata Carvalho, de 26 anos, designer.
Em Ananindeua, um dos bares
participantes é o Paladar Gi, atual vice-campeão paraense. “Quando estreamos,
ano passado, não tínhamos a menor ideia como era o concurso. Este ano, não. Nos
preparamos bem e o nosso “Croquete Sabor da Amazônia” só recebe elogios”,
Francisco Vasconcelos, do Paladar Gi.
Para o administrador Jhonatas Raiol, 31
anos, o nível de competitividade entre os botecos surpreendeu. “Eu consegui
visitar seis bares este ano e tá difícil escolher. Não sei para qual torcer.
Deu para ver que eles se preparam bem, tanto na questão do petisco como na
qualidade do atendimento e higiene”, completa.
O Comida di Buteco é um concurso 100%
viabilizado por patrocinadores. Não cobra nada pela participação dos botecos
por acreditar na corrente do bem que essa cadeia de valor gera e fixa na
cidade. “Trabalhamos o ano inteiro construindo essa corrente do bem com o
propósito de valorizar a cozinha de raiz brasileira. Aqui, em Belém, a cada ano
o concurso cresce mais, o nível de comprometimento dos participantes nos motiva
e mostra para o Brasil sabores ímpares. Acredito que em breve, teremos um
campeão nacional aqui”, finaliza Elmo Santos.