Exercícios e uma boa alimentação sempre
fizeram parte da rotina de quem deseja ter uma vida saudável. Nos dias de hoje,
muitas pessoas não conseguem ter estes hábitos, devido ao excesso de trabalho,
alimentação fora do horário e sem qualidade. Algumas doenças ligadas ao
sedentarismo e à nutrição inadequada atingem milhares de homens e mulheres,
como é o caso do câncer colorretal, um tumor maligno que se desenvolve em
partes do intestino grosso.
A doença tem uma taxa de incidência alta
e acomete, sobretudo, a partir dos 50 anos. O Instituto Nacional do Câncer
(Inca), considerando a localização primária, estimou 500 casos novos de câncer
colorretal no Pará para o biênio 2018-2019. O hospital Ophir Loyola (HOL),
referência no tratamento do câncer no Estado, atende atualmente 128 de casos
dessa neoplasia maligna.
O chefe da cirurgia oncológica do HOL,
Alessandro França, afirma que, na maioria dos casos, o câncer colorretal se
origina a partir de um pólipo (crescimento anormal de tecido). Ele explica que
a detecção é feita com a colonoscopia, um exame endoscópico que observa o
intestino grosso e parte do íleo terminal (última porção da anatomia do
intestino delgado). Por meio dele é possível a realização da coleta de material
para biópsia e a retirada de pólipos antes de se transformarem em tumores
malignos.
"Muitas pessoas têm preconceito em
relação ao exame de colonoscopia e acabam chegando aqui no hospital com a
doença em estágio avançado, além do que, neste tipo de câncer, os sintomas
acabam aparecendo depois ", ressalta Alessandro França.
Pedro Paulo Carvalho, 59 anos, morador
de Ananindeua, está internado no HOL em preparação para cirurgia de remoção do
tumor. "Comecei a perceber que toda vez que me alimentava, precisava ir
urgente ao banheiro. Isso começou em outubro do ano passado, então procurei um
posto de saúde e eles começaram a investigar. Solicitaram uma colonoscopia,
colheram material para biópsia e me encaminharam para cá para o hospital".
A maioria dos pacientes chega ao Ophir
Loyola para iniciar o tratamento com o tumor nos estágios III, localmente
avançado, espalhado por mais de um tecido e causando comprometimento linfático;
e IV, quando está espalhado para outros órgãos ou todo o corpo, a chamada
metástase.
As principais alterações que devem chamar
a atenção são a presença de sangue nas evacuações, alteração do hábito
intestinal, diarreia ou constipação, fadiga, perda de peso, anemia crônica, dor
abdominal, inchaço e sensação que não esvaziou o reto completamente.
"Esses sintomas não são exclusivos do câncer colorretal, também podem
estar associados a outras doenças. Portanto, se observado qualquer dos sintomas
citados, um médico deve ser consultado para realizar um diagnóstico",
ressaltou França.
"Uma dieta rica em carne vermelha,
embutidos e álcool aumenta o risco de incidência do câncer colorretal. A doença
também está associada à obesidade e ao sedentarismo. A prática de exercícios
regularmente, uma alimentação rica em fibras, frutas e legumes ajuda a prevenir
o aparecimento deste tipo de câncer", explicou.
O tipo de tratamento é definido com base
no estágio em que a doença se apresenta, tamanho, localização e extensão do
tumor. Os tratamentos incluem cirurgia para remoção do tumor, quimioterapia e
radioterapia em estágio inicial da doença, geralmente menos agressiva. Após
isso, é necessário acompanhamento médico para monitoramento.