Queimada em andamento na Terra Indígena Trincheira-Bacajá, em imagem inserida em ofício do MPF (fonte: aplicativo Mapas, da Apple) |
O laudo técnico da perícia das imagens
do vazamento de rejeitos da empresa Hydro ocorrido em 2018, em Barcarena, no
Baixo Tocantins, elaborado por profissionais do Centro de Perícias Científicas
"Renato Chaves" (CPCRC), já foi enviado ao Ministério Público Federal
(MPF). O documento foi entregue pessoalmente pelo perito criminal Celso
Mascarenhas, diretor-geral do CPC, ao procurador da República Ubiratan Cazetta,
na tarde desta terça-feira (3), na sede do MPF, em Belém.
A direção do Centro de Perícias já
estava empenhada no processamento das imagens do vazamento, desde que havia
sido notificada pelo MPF. Mesmo com extenso material a ser analisado, que
contabilizou mais de 30 GB de dados e exigiu muito tempo de análise e
processamento, o caso recebeu atenção especial.
Uma força-tarefa composta por peritos
foi formada para analisar as imagens, a fim de dar celeridade ao caso, que
resultou na elaboração e expedição de um laudo detalhado, que vai ajudar nas
investigações do MPF. Ao mesmo tempo, o laudo ratifica o compromisso do CPC em
colaborar com o Ministério Público Federal na apuração do caso, que mesmo
diante da excessiva demanda que o órgão recebe diariamente, da capital e do
interior do Estado, cumpre seu papel e atende às demandas de órgãos legais e da
sociedade.
O Centro de Perícias Científicas
"Renato Chaves" continua à disposição do MPF, caso o órgão necessite
de mais explicações técnicas sobre o laudo.MPF dá novo prazo de 5 dias para
realização de operação contra invasores na terra indígena Trincheira-Bacajá (PA)
Documento foi enviado nesta terça-feira
(03) ao comando da Operação Brasil Verde e a outros órgãos federais, estaduais
e municipais, reafirmando a urgência de ações concretas para evitar conflitos
O Ministério Público Federal (MPF)
enviou novo documento solicitando urgência na operação para retirar invasores
na Terra Indígena Trincheira-Bacajá, do povo Xikrin, entre Altamira, Anapu e
São Félix do Xingu, no Pará. O comunicado traz todas as coordenadas e o
histórico das invasões que ameaçam o território, além de imagens de satélite
com os desmatamentos, garimpos e queimadas. Foi concedido novo prazo, de cinco
dias, para que seja realizada ação fiscalizatória na área.
Assinado por cinco procuradores da
República que atuam em Altamira e Redenção, o documento do MPF foi enviado hoje
ao comando da Operação Brasil Verde, que conduz as operações de Garantia de Lei
e Ordem (GLO) em Altamira, com cópia para a Polícia Federal, a Fundação
Nacional do Índio (Funai), o Instituto de Colonização e Reforma Agrária
(Incra), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), a Polícia Militar, a
Secretaria de Segurança Pública do Pará, além das prefeituras de Altamira e São
Félix do Xingu.
É o segundo ofício em que o MPF pede às
autoridades de segurança pública que a retirada dos invasores seja feita com
urgência, diante do temor de conflitos com os indígenas. A terra indígena está
invadida desde 2018, mas a situação se agravou em 2019 e, no último dia 21,
caciques e guerreiros Xikrin, cansados de esperar pelas autoridades, fizeram
uma expedição para apreender motosserras e exigir a retirada pacífica dos
grileiros.
No dia 26 de agosto, lideranças Xikrin
foram até Altamira e relataram ao MPF que estavam sofrendo ameaças de pessoas
que portavam armas de grosso calibre, provavelmente contratadas por invasores
que ocupam irregularmente a região do igarapé Prazer, perto da aldeia Rap-Ko.
Após o primeiro ofício enviado pelo MPF às forças de segurança, foi feito um
sobrevoo no território em que foi possível observar a existência de
desmatamento, abertura de pastagens e a construção de moradias com roças.