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Foto:Bruno Cecim/Ag.Pará |
O borboletário José Márcio Ayres, uma
das atrações no parque. De terça a domingo, duas vezes por dia,
a equipe do borboletário realiza a soltura de pelo menos quatro espécies de
borboletas no espaço. O momento é muito aguardado pelos visitantes, que podem
conhecer o processo de criação e reprodução dos insetos. "As borboletas
são um dos primeiros seres a sentirem os efeitos da mudança no meio ambiente e,
por isso, não é tão fácil encontrar espécies reunidas. Por isso as pessoas
ficam tão interessadas assim que entram no borboletário e notam os movimentos e
cores presentes", explica Basílio Guerreiro, biólogo do parque
zoobotânico.
A soltura das borboletas não é apenas um atrativo visual. É o momento onde os insetos se reproduzem. Cada espécie coloca seus ovos em galhos de plantas específicas, que são espalhados em locais estratégicos, nas proximidades dos pontos de alimentação.
A soltura das borboletas não é apenas um atrativo visual. É o momento onde os insetos se reproduzem. Cada espécie coloca seus ovos em galhos de plantas específicas, que são espalhados em locais estratégicos, nas proximidades dos pontos de alimentação.
"A equipe do borboletário recolhe
esses galhos em caixas plásticas higienizadas para, depois, retirar e acomodar
os ovos, que são recolhidos para a criação de novas espécimes", esclarece
Basílio. Os ovos são transportados para a Sala da Metamorfose, um espaço
próprio para o evolução do organismo do inseto. Na sala, os ovos dão origem a
larvas, que são observadas e alimentadas até atingirem a fase de se tornarem
crisálidas e, finalmente, borboletas. O processo de desenvolvimento até a fase
adulta demora cerca de 25 dias.
Dependendo da espécie, cada borboleta
produz, diariamente, entre 100 a 500 ovos. Desse total, a probabilidade é de
apenas 2% estejam aptos para crescimento. "É um processo muito delicado. É
preciso observar o controle da temperatura e da luminosidade, as condições da
vegetação disponível, além das particularidades de cada espécie", explica
Basílio. O biólogo ainda afirma que a equipe precisa estar atenta todos os dias
para qualquer variação ambiental, como ocorrências de chuvas fortes ou o
comportamento atípico de outro animal presente no espaço.
Como o período de vida das borboletas
costuma ser curto, elas imediatamente buscam iniciar o processo de alimentação
e reprodução assim que são liberadas no borboletário. É o momento presenciado
pelos visitantes. "Demonstramos para as pessoas que é preciso respeitar o
ciclo de ovos, larvas e crisálida - que são fases desconhecidas ou até
rejeitadas - até chegarmos beleza das borboletas. A interação com o meio
ambiente também é muito importante", ressalta Basílio.
A visita ao borboletário oferece, além
das noções da biologia do inseto, uma aula de educação ambiental. "Não
sabia que as borboletas eram tão sensíveis às variações do clima e da
vegetação. Isso mostra como nossas ações podem ter impactos na natureza que nem
imaginamos", reflete Tainara - acompanhada do marido, Emerson, e do filho
recém-nascido, Carlos. Ao olhar para o bebê, a visitante revela um desejo.
"Quando ele crescer, quero voltar aqui. Vai ser bom que ele tenha essa
noção da natureza desde pequeno".
Serviço
O Parque Zoobotânico Mangal das Garças
funciona de terça a domingo, das 09h às 18h, exceto na segunda-feira, quando é
feita a manutenção do parque.
A soltura das borboletas ocorre de terça a domingo, duas vezes ao dia: às 10h e às 16h, num período de 15 minutos.
Para agendar visitas monitoradas, é
preciso preencher o formulário no site do parque Mangal das Garças e enviar
ofício seguindo as orientações disponíveis.