Muitos pacientes recuperados da
covid-19, após alta médica ou o término dos sintomas, acabam relaxando com os
cuidados relacionados ao isolamento social e a higiene, algo que não deve
acontecer. Quem faz o alerta é a infectologista Vanessa Santos, que atua na
Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará.
De acordo com a médica, ainda é possível
transmitir a doença após esse período. "Nos casos mais graves, que
necessitaram ou não de internação, o médico deverá avaliar o tempo de
isolamento individualmente. Esse período é conhecido como período de
transmissibilidade. Antes da alta hospitalar o profissional de saúde deve
orientar o doente em recuperação quanto à permanência ou não de cuidados
especiais no domicílio e por quanto tempo tais medidas deverão
permanecer", explica a especialista.
A médica dá como exemplo de cuidados, a
reserva de um cômodo da casa exclusivo para aquela pessoa (de preferência
arejado e com entrada de luz solar), refeições no próprio cômodo, evitando
circular ao máximo em outras partes da casa, atenção especial à limpeza do
banheiro e do cômodo eleito (idealmente várias vezes ao dia, utilizando
desinfetantes com cloro), entre outros.
Mesmo nos casos leves da doença, a
médica Vanessa Santos chama a atenção para a necessidade de cautela na retomada
da rotina, como forma de cuidar da própria saúde e de não expor outras pessoas
a doença. "Um profissional de saúde poderá indicar ao paciente a alta
'clínica', quando os sintomas já não estão presentes. O período é bastante variável,
porém nos quadros leves indicamos que o indivíduo permaneça 14 dias isolado das
outras pessoas para reduzir o risco de transmissão. Ou 72h após o
desaparecimento dos sintomas.
Após esse período, os cuidados como uso
de máscara em locais públicos, higiene das mãos, cuidados ao sair de casa,
evitar o compartilhamento de objetos pessoais, deverão ser mantidos,
obviamente. Porém, já não há indicação de cuidados especiais com a louça,
enxoval, vestuário e outros itens do indivíduo, podendo seguir a rotina normal
da casa.", explica a infectologista. Quanto ao retorno das atividades
diárias, cada caso também será de acordo com o quadro do paciente e os excessos
sempre devem ser evitados.