JUSTIÇA ELEITORAL RECEBE SOLICITAÇÃO DE CASSAÇÃO DE CANDIDATURA MAJORITÁRIA EM TOMÉ-AÇU

 



 

         O cenário político eleitoral no município de Tomé Açu promete grandes reviravoltas a partir da ação impetrada pela coligação “Paz e Progresso pra Tomé-Açu” nesta quarta-feira, 30.09, junto à Justiça Eleitoral, solicitando impugnação de registro de  candidatura do candidato a prefeito Carlos Vinícios (PL), pela coligação majoritária “A Força que vem do Povo”.

         O município tem registrado turbulências nas últimas eleições para o Poder Executivo, nos últimos 8 anos.

         Reeleito em 2012, Carlos Vinícios assumiu o mandato em 2013 por apenas 4 meses. Licenciou-se para tratamento de saúde em abril daquele ano e nunca mais voltou para assumir o cargo. Assim, a Câmara de vereadores declarou a vacância do cargo de prefeito, em agosto de 2017.

         Quem assumiu o cargo foi o  vice-prefeito José Hildo, até outubro de 2016, quando foi afastado por decisão judicial.

         Antes, porém, José Hildo disputou a eleição para prefeito do município, em 2016, eleição essa que, aliás, foi cancelada porque o candidato que obteve 53,66%, Francisco Eudes (PSDB) estava inelegível. Foi necessário realizar uma nova eleição, que aconteceu em junho de 2017.

         Carlos Vinícios tenta voltar para a cadeira de prefeito, mas o pedido de impugnação de sua candidatura pode barrar essa expectativa. O pedido está fundamentado no fato do candidato estar incurso em caso de inelegibilidade previsto na Lei Complementar 64/90. Conforme a peça processual que pede a cassação do registro de Carlos Vinicius, o “reconhecimento da  perda do cargo quando o mesmo era então prefeito de Tomé-Açu, em razão do abandono – renúncia ao direito de exercer a função do chefe do executivo – por encontrar-se foragido, em local incerto e não sabido” configura  causa de inelegibilidade,  uma vez que tramitava na Câmara Municipal, um processo de cassação do mandato do impugnado.

         Se for acatado pela justiça o pedido de inelegibilidade, a coligação do ex-prefeito terá até o dia 24 de outubro para fazer a substituição do nome dele e apresentar um novo nome para a disputa eleitoral.

         A população considera a situação atual preocupante e teme que se repita a nulidade do resultado da eleição, como aconteceu em 2016. O eleitor tomeaçuense, Benedito da Cruz Moraes manifestou a sua apreensão: “esperamos que não se repita mais o ocorrido nos últimos anos, quando um prefeito abandonou o cargo por estar em débito com a justiça, acusado de sérios crimes; outro foi cassado e o que ganhou a eleição em 2016 estava inelegível; isso é muito ruim para a população, que deixa de ter uma normalidade no município", declara.