O Pará terá até 30 possibilidades de
reconhecimento durante o Campeonato Brasileiro de Dança Esportiva em Cadeira de
Rodas (CBDCR), que por causa da pandemia de Covid-19 terá sua edição 2020
inteiramente online, nos dias 17 e 18 de outubro. Vinculada à Fundação Cultural
do Pará (FCP), a premiada Companhia de Dança Do Nosso Jeito será a grande
representante do Estado com 15 coreografias, concorrendo também no I Open de
Paradança, que ocorrerá em meio ao concurso.
Por motivos de saúde, dois dos dez
atletas não participarão da disputa este ano. Eles já enviaram aos jurados os
vídeos que antecipam o conteúdo das apresentações ao vivo, pela internet. No
ano passado, a companhia viajou para São Petersburgo, na Rússia, para a Copa
dos Continentes, além de ter participado em 2018 e 2019 do Campeonato
Brasileiro. No ano passado, eles também estiveram no Campeonato Mundial de Paradança,
disputado na Alemanha.
Criada há cinco anos, a Companhia de
Dança Do Nosso Jeito promove a inclusão de bailarinos com deficiência física ou
intelectual. As aulas do programa são totalmente gratuitas, abrangendo alunos
com Down, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH),
deficiência auditiva, paraplegia e paralisia cerebral.
Trabalho colaborativo - Thays Reis,
técnica em Gestão Cultural da FCP, é a diretora artística dos dançarinos. Ela
conta que a impossibilidade de reuniões presenciais fez com que adaptassem os
ensaios para plataformas de videoconferência - e somente quando o governo do
Estado iniciou a retomada das atividades não essenciais ela começou a se
encontrar com os dançarinos, com o apoio dos bailarinos andantes no treinamento
dos cadeirantes. "Foi um trabalho realmente colaborativo", reconhece.
"Fizemos curso online com professor de São Paulo (SP) para termos um
treinamento mais específico. A gente foi se reinventando e reorganizando as
estratégias para não parar, porque desde antes da pandemia estávamos
classificados para o campeonato", informa a diretora.
Ela também destaca que os integrantes
buscam a profissionalização na dança, resultando no sucesso que já rendeu
prêmios nacionais e internacionais à equipe. "Eles buscaram uma
diferenciação no esporte e no aprendizado. É muito interessante ver o que esse
trabalho faz tanto pela autoestima deles, quanto os benefícios
biopsicossociais. É um projeto que só tende a ir para frente", afirma
Thays Reis.
Quando as atividades presenciais forem
liberadas, as oficinas permanentes de Criatividade na Dança Inclusiva e de
Iniciação à Dança em Cadeiras de Rodas, bem como os ensaios da companhia,
voltarão a ocorrer sempre às terças e quintas-feiras, na Casa das Artes, espaço
da Fundação Cultural do Pará. Por tempo ainda indeterminado, essas programações
são feitas remotamente.