Na passagem de julho para agosto de
2020, a taxa de vendas no comércio varejista do Pará variou 2,8%, registrando,
pelo quarto mês consecutivo, resultado positivo, e mantendo a recuperação do
comércio em um contexto de pandemia. Esse resultado foi próximo à variação no
Brasil como um todo, que foi de 3,4%, mas com crescimento abaixo da maioria dos
estados do Norte, que tiveram variações com dois dígitos, como no caso de
Rondônia (12,8%), Acre (15,6%) e Amapá (12,1%). Os dados são da Pesquisa Mensal
de Comércio (PMC), com dados estaduais divulgados pelo IBGE.
A alta no estado foi a quarta consecutiva, após o pior momento da pandemia, em abril. Diferentemente do que ocorreu nos números do Brasil, que teve quatro altas consecutivas, porém com menor intensidade ao longo dos meses, a maior alta registrada no Pará aconteceu no mês de junho, com 39,7% de crescimento com relação a maio, e influenciada pelo início da flexibilização das medidas de isolamento social.
O setor de revenda de mercadorias que mais contribuiu para esse resultado positivo foi o de móveis e eletrodomésticos. Aspectos ligados ao recebimento do auxílio emergencial, queda na taxa de juros e aumento da oferta de concessão de crédito influenciaram fortemente o aumento na compra desses produtos, sobretudo nas camadas de baixa renda.
Na comparação com agosto de 2019, o comércio cresceu 21,7%, acumulando crescimento de 6,3% nos últimos 12 meses e ficando acima da média nacional de crescimento para o período (0,5%). Por sua vez, no ano, o setor acumula crescimento de 5,9%, acelerando o ritmo de alta pelo segundo mês consecutivo, uma vez que o acumulado do ano até junho ainda se situava no campo negativo (-0,1%). Com o resultado, o varejo atingiu o mais alto patamar de vendas desde 2014, ficando 4,0% acima do recorde anterior.
Por sua vez, no comércio varejista ampliado (que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção), o Pará registrou variação positiva de 4,2% de agosto em relação a julho. O número ainda fica abaixo da média nacional (4,8%), mas de forma menos expressiva. Essa variação positiva também estabeleceu seu novo patamar de agosto, diferentemente do desempenho do Brasil como um todo, que teve sua trajetória de crescimento freada pela atividade de veículos, motos, partes e peças, que não teve recuperação tão acelerada quanto as demais. No Pará o setor de material de construção foi um dos principais responsáveis pelo salto no indicador.