Ao cumprir o ciclo de sete meses de
monitoramento e atendimentos, estendidos durante o período de pico da pandemia,
beneficiando em torno de 6 mil pessoas de 25 comunidades tradicionais no oeste
paraense, o projeto Quilombo retomou a rotina de suas atividades na região do
Alto Trombetas 1 e 2 no mês de novembro, concluindo, neste mês de dezembro, o
trabalho médico itinerante deste ano. A iniciativa faz parte do Programa de
Educação Socioambiental da Mineração Rio do Norte (MRN), em atendimento às
condicionantes do Ibama.
O projeto segue com os atendimentos
mantendo todas as medidas de prevenção e conscientização em relação ao uso de
máscaras, isolamento social e higienização das mãos. “Felizmente, a abordagem e
a estratégia adotadas de tratamento têm sido extremamente efetivas. O protocolo
de retomada à rotina de atendimentos segue orientações estabelecidas e
acordadas com o Hospital de Porto Trombetas e com a Secretaria Municipal de
Saúde de Oriximiná, incluindo distanciamento social, uso obrigatório de
máscara, álcool em gel, sabão, padrões básicos de higienização e, assim, a
gente consegue orientar”, comenta Dr. Joseraldo Furlan, conhecido como “Dr.
Jô”, médico que conduz o projeto em campo.
Neste mês, a equipe do projeto Quilombo
pode confirmar que boa parte das comunidades conscientizou-se sobre a
importância da saúde preventiva, resultado das orientações durante os trabalhos
de campo ao longo deste ano de pandemia. “Muitas comunidades realmente
procuraram se preservar. Felizmente, o resultado foi positivo, mesmo com alguns
poucos casos de contaminação apresentados nas comunidades de ribeirinhos e
quilombolas, a conduta terapêutica e o tratamento precoce foram extremamente
eficazes. Isso para gente é muito importante”, relata o Dr. Jô.
Para o agente comunitário de saúde da
comunidade Palhal e liderança local José Adomiro, conhecido como “Bila”, a
extensão do projeto gerou melhoria para as comunidades, que precisavam de uma
iniciativa que viabilizasse atenção à prevenção sobre a covid-19. “Foi um
trabalho que não parou e foi muito gratificante porque fortaleceu os
atendimentos no Território Quilombola de Alto Trombetas 2. As pessoas são bem
atendidas. Esperamos que este projeto possa se estender por mais um tempo
dentro do nosso território”, comenta.
A relevância de fomentar a medicina
preventiva e básica da saúde em comunidades remotas, como as atendidas pelo
projeto Quilombo, é destacada pelo diretor de Sustentabilidade da MRN, Vladimir
Moreira. “Este projeto é uma das frentes fundamentais para garantir a saúde
preventiva das comunidades da região do Alto Trombetas 1 e 2, contribuindo com
atendimentos de qualidade para o bem-estar de centenas de pessoas anualmente e,
especialmente neste ano de pandemia, conscientizando-as para redobrar os
cuidados”, declara Moreira.
Para a agente comunitária de saúde Maria
Cileusa, moradora da comunidade Paraná do Abuí, do território quilombola Alto
Trombetas 1, o projeto Quilombo deu o suporte necessário às comunidades durante
a pandemia. “Tivemos uma supervisão muito boa com atendimento a pacientes que
estavam com sintomas de covid-19 em suas residências além de orientação
persistente aos pacientes para ficarem em casa. Foi o apoio que as comunidades
precisavam. O atendimento de rotina pelo projeto segue com boa qualidade”,
destaca a agente comunitária de saúde.
As ações do Projeto Quilombo são
complementares às do poder público, que é o principal responsável pela
coordenação das políticas de saúde. “Para a MRN e as comunidades envolvidas, é
de grande importância a cooperação da Secretaria de Saúde do Município de
Oriximiná. As parcerias nos fortalecem e garantem que as ações estejam
alinhadas às políticas públicas de saúde. E essas, por sua vez, estão sujeitas
ao crivo da sociedade, por meio dos mecanismos participativos de controle
social. Isso é fundamental para a garantia de bons resultados”, avalia Jéssica
Naime, gerente de Relações Comunitárias da MRN.
O Projeto Quilombo é uma ação da MRN em
resposta a uma condicionante socioambiental, que busca fortalecer as ações de
saúde na região do Alto Trombetas a partir de três pilares: ações de prevenção,
atendimento básico em saúde e disseminação da informação. Nesse sentido, além
do atendimento presencial nas comunidades realizado por uma equipe formada por
médico, enfermeiros e agentes de saúde, as ações educativas são de fundamental
importância para a prevenção de doenças, cujos protagonistas são os próprios comunitários,
ribeirinhos e quilombolas.
Sobre o projeto – O Projeto Quilombo
atende 14 comunidades do Alto Trombetas 1 e 2 com serviços de assistência à
saúde para tratar e prevenir patologias. São oferecidos serviços de pré-natal,
atendimentos em clínica geral e enfermagem, Hiperdia para acompanhamento de
hipertensos e diabéticos, planejamento familiar, vacinação, distribuição de
medicamentos, exames laboratoriais e palestras informativas. Por meio do
projeto, também são desenvolvidas iniciativas de combate à desnutrição.