A campanha Março Azul-marinho alerta
sobre a importância da prevenção e diagnóstico do câncer colorretal, o segundo
tipo mais frequente no Brasil. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou 41
mil novos casos para cada ano do triênio 2020-2022 no país, a doença ocupa a
quarta posição na região Norte, onde a estimativa é de 1.100 casos novos em
2021. No Pará, serão 470 casos, com um risco de 4,50 casos a cada 100 mil
homens; e de 6,33, a cada 100 mil mulheres.
O câncer é um conjunto de doenças
caracterizadas pelo crescimento desordenado das células, levando à formação de
tumores. Quando os tumores começam na parte do intestino grosso conhecida como
cólon e no final do intestino, o reto, são chamados de câncer colorretal ou
câncer de intestino.
A doença tem cura quando diagnosticada
precocemente e, geralmente, surge a partir de pólipos, pequenas lesões na
superfície do cólon ou do reto, benignas, mas quando associada a um estilo de
vida não saudável podem transformar-se em câncer. Segundo o chefe da Cirurgia
Oncológica do Hospital Ophir Loyola, Alessandro França, um dos fatores de risco
para o aparecimento da neoplasia é a idade avançada.
"Temos alta taxa de incidência em
pessoas acima dos 50 anos. Além disso, o sedentarismo, o excesso de peso
corporal e a má alimentação, pobre em fibras, porém rica em carne vermelha e em
embutidos, assim como o tabagismo e o alcoolismo também são fatores que
aumentam a chance de desenvolver a doença", explica o doutor.
Apesar de ser pouco falado, o câncer
colorretal é bastante frequente na população brasileira, alerta o especialista.
"As campanhas são necessárias, pois a doença é silenciosa e muitas vezes
os sintomas são confundidos com os de outras doenças", alerta o chefe da Cirurgia
Oncológica do Hospital Ophir Loyola, Alessandro França.
Em 2021, o Centro de Alta Complexidade
em Oncologia atende cerca de 150 pacientes com neoplasia maligna de intestino.
"A maioria dos pacientes que atendemos no Ophir Loyola chegam para iniciar
o tratamento com o tumor avançado, porém o diagnóstico precoce eleva a
porcentagem de cura para 70% a 90% com o tratamento cirúrgico, quimioterapia e
radioterapia associadas ou não, desde que a doença não tenha se disseminado
para outros órgãos".
O diagnóstico é feito por meio dos
exames de colonoscopia e sangue oculto nas fezes. A colonoscopia observa o
intestino grosso e a parte do íleo terminal (última porção da anatomia do
intestino delgado) com o objetivo de identificar alterações. O exame também é
capaz de coletar material para biópsia. Com a doença confirmada, o tratamento
será definido com base no estágio em que a doença se apresenta, tamanho,
localização e extensão do tumor.
De acordo com o especialista, as pessoas
devem ficar em alerta para alguns sintomas e sinais. "A presença de sangue
nas evacuações, alteração do hábito intestinal, diarreia ou constipação,
fadiga, perda de peso, anemia crônica, dor abdominal, inchaço e sensação que
não esvaziou o reto completamente, estes são os sinais sugestivos. Ao sentir ou
observar esses sintomas, é necessário procurar um médico para ser
avaliado", orienta o doutor Alessandro França.