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Arte: Secom/MPF |
Os dois investigados, Nicolas Tsontakis Morais e Regis Soares Pauletti, assim como outros quatro investigados foram presos na operação realizada na última quarta-feira (18). Eles chegaram a comprar imóveis e efetuar pagamentos para as empresas subcontratadas que faziam parte do esquema enquanto estavam em prisão domiciliar.
Ambos os investigados alegaram, nos pedidos de revogação das prisões preventivas, que necessitavam de tratamentos de saúde. Para o MPF, o sistema carcerário deve providenciar toda a assistência médica e humanitária de que necessitem, mas devem ser mantidas as prisões preventivas pela presença dos requisitos legais para tanto.
Para o MPF, “o risco à ordem pública, no caso, não se encontra baseado em elucubrações ou afirmações genéricas, mas na gravidade concreta da conduta praticada”, já que, “a associação criminosa e a lavagem de dinheiro em tal intensidade, são atividades de lucratividade, e severa danosidade social – diretamente relacionado a outros crimes”.
As manifestações do MPF também apontam o risco de fuga dos investigados, porque participam de grupo criminoso com muitas ramificações que poderia agir para evitar a persecução penal e a descoberta de outros integrantes da quadrilha.
Operação Reditus - A Justiça Federal autorizou a operação, que envolveu cerca de 400 policiais federais, além de servidores da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU). Foram expedidos 95 mandados de busca e apreensão, 54 mandados de prisão temporária e seis mandados de prisão preventiva.
Os contratos investigados ultrapassam R$ 1,2 bilhão e envolvem quatro organizações sociais, cinco hospitais regionais e quatro hospitais de campanha montados para enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Os desvios são estimados em R$ 455,6 milhões.
Os recursos desviados, segundo a PF,
seriam oriundos de repasses efetivados pelo governo do Pará, por meio da
celebração de contratos de gestão, nos anos de 2019/2020, às seguintes
Organizações Sociais: Instituto Panamericano de Gestão (IPG) Associação da
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu, Instituto Nacional de
Assistência Integral (Inai) e Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui.
Além das prisões e buscas, a Justiça
Federal também determinou a suspensão das atividades de duas empresas
utilizadas para lavagem de capitais, o sequestro de bens móveis e imóveis
pertencentes ao principal operador financeiro do esquema, avaliados em mais de
R$ 150 milhões, bem como o bloqueio de valores presentes nas contas bancárias
das pessoas físicas e jurídicas investigadas que, somados podem alcançar mais
de R$ 800 milhões.