Mais de 50% dos paraenses dormem mais que seis horas por noite. É o que demonstra uma pesquisa realizada pelo Serviço Social da Indústria (SESI), que ouviu trabalhadores em todos os estados brasileiros. Além disso, 75% dos paraenses entrevistados afirmaram levar menos de 30 minutos para pegar no sono. Realizada entre julho e setembro de 2021, com um total de 4.174 respondentes em todo o território nacional, sendo 90 no Pará, o objetivo da pesquisa foi avaliar o sono do trabalhador, por meio de aspectos como consciência sobre sono, comportamento do sono, queixas sobre sono, performance, reflexos na saúde, higiene do sono, tendência de busca por ajuda e utilização de dispositivos/objetos de monitoramento.
Apesar de 53,26% dos respondentes no Pará julgarem dormir bem, a pesquisa revelou que existem algumas divergências que podem ser melhoradas para alcançar mais qualidade de vida e produtividade: 43,48% dizem que despertam com frequência durante o sono; 70,65% já receberam algum comentário de que roncam durante o sono, e 81,52% costumam levar o celular para a cama para checar notificações, redes sociais e e-mails antes de dormir.
Outro dado relacionado é que 60,87% dos respondentes no Pará disseram que se sentem cansados durante a primeira hora em que acordam. “Um dos efeitos mais imediatos de dormir mal é a diminuição das funções cognitivas, deixando o indivíduo mais lento, menos alerta, menos preparado para situações de estresse e incapaz de tomar decisões de maneira racional”, afirma o relatório final da pesquisa, que também mostrou que os trabalhadores paraenses possuem hábitos mais diurnos: 86,96% despertam antes das sete da manhã e 72,83% se consideram matutinos, ou seja, preferem atividades pela parte da manhã.
Segundo a gerente executiva de saúde e segurança na indústria do SESI Pará, entidade ligada ao Sistema FIEPA, Jacilaine Souza, a saúde do sono é uma das temáticas que entrou em destaque no âmbito corporativo, suscitado durante a pandemia do COVID-19, que impactou na rotina, no cotidiano de cada pessoa, de cada trabalhador. “Um exemplo é o regime de home office, associando a rotina doméstica com o laboral, além do distanciamento social, ansiedade, depressão, levando a um sono irregular, de baixa qualidade, comprometendo a qualidade da saúde mental” observa, acrescentando que a pesquisa realizada pelo SESI é importante como ferramenta de apoio na construção de ações preventivas/educativas, em prol da melhoria da saúde do sono enquanto impacto positivo na qualidade de vida do trabalhador.