As expectativas da advogada Cileny
Silva, líder comunitária do Bengui, com a construção do Pronto Socorro no
bairro, são as melhores. "Nós carecemos de serviços de saúde, não só o
Bengui, como os outros bairros do entorno. Não vamos mais ter que atravessar
toda a cidade para ir até o PSM da 14 de Março ou o do Guamá em busca de
atendimento. Uma unidade perto desafogará as outras e aliviará as necessidades
da população, contribuindo para a nossa saúde, qualidade de vida e dignidade,
que são direitos do povo", afirma.
A descentralização dos atendimentos de
urgência e emergência na Região Metropolitana de Belém é um dos principais
focos do Governo do Estado com a construção do novo Pronto Socorro de Belém,
que fica no Km 9 da avenida Augusto Montenegro. O investimento é de R$ 145
milhões.
"Depois de 21 anos da inauguração
do Pronto Socorro do Guamá, Belém precisa de uma nova e moderna unidade
hospitalar para atender a Região Metropolitana de Belém. Escolhemos a Avenida
Augusto Montenegro exatamente porque a população da capital cresceu muito
naquela região e já há duas unidades municipais localizadas em bairros centrais
da cidade. Além disso, o novo Pronto Socorro vai agilizar o atendimento de quem
vem das ilhas do entorno da capital por Icoaraci e também de quem vem da
BR-316", pontua o titular da Secretaria de Estado da Saúde do Pará
(Sespa), Romulo Rodovalho.
Estrutura
Para o projeto de implantação do
Hospital Pronto Socorro de Belém, foi realizado estudo de viabilidade técnica,
estudo assistencial e epidemiológico e estudo de localização geográfica para
definição de instalação.
A proposta apresentada contempla uma
infraestrutura capaz de oferecer à população de Belém e municípios próximos,
cobertura ambulatorial nas diversas especialidades médicas, apoio ao
diagnóstico, terapia e serviços de internação.
O Hospital Pronto Socorro de Belém no
seu projeto técnico, considerando sua capacidade instalada e processo
regulatório, foi projetado para ser um hospital retaguarda de média e alta
complexidade da rede de serviços em urgência e emergência da Região
Metropolitana, com capacidade operacional para beneficiar diretamente cerca de
1.485.732 usuários do SUS e 2.223.012 indiretamente.
As obras já estão com 38,5% do
cronograma executado. Com uma infraestrutura moderna e eficiente, o novo
hospital vai ofertar 110 leitos de urgência emergência em uma área total
construída em torno de 28.595 metros quadrados, em três níveis: térreo,
pavimento superior e subsolo de estacionamento.
Arnaldo Dopazo, secretário-adjunto da
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop),
explica que a construção está na fase de conclusão da estrutura, iniciando a
parte de instalações do prédio. "Esse equipamento hospitalar vem ao
encontro da necessidade do serviço a ser ofertado do pronto atendimento.
Inclusive, irá desafogar muito os dois pronto-socorros da capital, atendendo
uma demanda grande na região do Benguí, Icoaraci, Pratinha e até mesmo dos
municípios vizinhos a Belém", diz.
Além de 170 funcionários, a obra conta
com o reforço de 50 reeducandos da Secretaria de Estado de Administração
Penitenciária (Seap).
Os internos são contratados para o cargo
de ajudante geral, em que é aproveitada a qualificação prévia na carpintaria,
solda, entre outras tarefas. Durante esse tempo, além de remuneração fixa de um
salário mínimo, os custodiados garantem remição de pena, conforme preconiza a
Lei de Execução Penal.
A. M. M. cumpre pena há 10 anos e no
último mês executa trabalhos como soldador dentro da unidade. "Muitas
pessoas dentro do cárcere precisam de oportunidade de trabalho como essa.
Antigamente não tinha como sair com uma profissão. Dou graças a Deus por estar
nesse projeto com pessoas que colocaram confiança em nós. Ser remunerado é
interessante além de remir a pena", ressalta.