Nesta semana em que se comemora o Dia Internacional da Dignidade Menstrual, ocorrido no último dia 28, a Prefeitura de Belém e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) chamam a atenção para a urgência de garantir que todas as pessoas que menstruam tenham direito a itens de higiene, infraestrutura adequados e informação. Belém é a primeira cidade brasileira que recebe a Semana da Dignidade Menstrual.
Para isso, desde o dia 28 até a próxima
sexta-feira, dia 3 de junho, são realizados atos, audiência pública, além de
rodas de conversa e oficinas educativas com adolescentes sobre dignidade
menstrual.
Rodas de conversa - Segundo o Unicef, desde janeiro, aconteceram 68 rodas de conversa na capital paraense, com a participação de 2.600 adolescentes dialogando sobre Dignidade Menstrual. Destes, 1.653 adolescentes responderam à pesquisa sobre a situação menstrual de adolescentes e jovens em Belém. Os resultados serão apresentados esta semana.
Além de Belém, as ações fazem parte das iniciativas de dignidade menstrual do Unicef nas cidades de São Luís e Recife. Nos últimos meses, o Unicef junto a parceiros contribuíram com a dignidade menstrual de 55 mil adolescentes e jovens que menstruam e vivem em comunidades vulneráveis das três capitais. Foram distribuídos mais de 120 mil pacotes de absorventes e cerca de 5 mil adolescentes foram engajadas e engajados em rodas de conversa.
Brasil - No País, 713 mil meninas vivem
sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões não têm
acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. Além de privação de
chuveiros em suas residências, 4 milhões de meninas sofrem com pelo menos uma
privação de higiene nas escolas. Isso inclui falta de acesso a absorventes e
instalações básicas nas escolas, como banheiros e sabonetes. Delas, quase 200
mil alunas estão privadas de condições mínimas para cuidar da sua menstruação
na escola.
"A pobreza menstrual é caracterizada pela falta de infraestrutura, recursos e até conhecimento por parte de pessoas que menstruam para cuidados envolvendo a própria menstruação. Ela afeta pessoas que vivem em condições de pobreza e situação de vulnerabilidade”, afirma diz Rayanne França, oficial de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do Unicef no Brasil.
Por isso, França frisa que são
fundamentais as ações e políticas de saúde para reverter o quadro de pobreza
menstrual do Brasil e garantir direitos a cada pessoa que menstrua no País.
Segunda – 30/5, das 9h às 17h
Oficina sobre Dignidade Menstrual com
profissionais da Saúde
Local: Bairro da Condor e Casa da ONU
Terça – 31/5, das 8h30 às 12h
Oficina de Dignidade Menstrual
Local: Casa da ONU
Quarta – 1/6, das 9h às 17h
Oficina Dignidade Menstrual, rodas de
conversa e lavagem de mãos
Locais: Escolas Outeiro e Brasília (Ilha
de Caratateu - Daout)
Escola Creche (Bairro Mangueirão –
Conjunto Carmelândia/Combel)
Bairro da Águas Lindas/Segep)
Das 9h às 17h30
Rodas de Conversa com população LGBTQAI+
e adolescentes que menstruam
Locais: Territórios Vulneráveis /
Populações vulneráveis
Rodas de Conversa com população LGBTQAI+
e a Dignidade Menstrual em Belém, pela Coordenadoria da Diversidade Sexual
(CDS)
No Solar da Beira, no Complexo do
Ver-o-Peso.
Sexta – 3/6, das 9h às 12h
Audiência Pública
Local: Auditório David Mufarrej - Unama - Universidade da Amazônia (Campus Alcindo Cacela) Av. Alcindo Cacela, 287.
*Com informações do Unicef.