Em junho de 2016, o número de
endividados em Belém do Pará passou a representar 68% da população. Mais de um
terço da renda mensal das famílias – 26,8% – é comprometido com dívidas, e a
dificuldade em administrar as finanças leva 36% da população à situação de
inadimplência. Os dados são da 6ª Radiografia do Crédito e do Endividamento das
Famílias Brasileiras, recém-divulgada pela Fecomercio-SP. De acordo com
Reinaldo Domingos, educador financeiro presidente da Abefin (Associação
Brasileira de Educadores Financeiros), o primeiro passo para sair dessa
situação é fazer um diagnóstico financeiro.
“Durante 30 dias é preciso anotar
todos os gastos separando por categorias, como ‘supermercado’, ‘roupas’ e
‘guloseimas’, para ver o comportamento em uma lupa. No final do período, é
possível saber não apenas o quanto gastou, mas especialmente como usou o seu
dinheiro, e então tem informações suficientes para melhorar seu comportamento”,
orienta Domingos.
Antes de negociar dívidas com
credores, é importante ter conhecimento sobre a real situação financeira,
portanto, além do diagnóstico, é preciso conhecer todos os ganhos (salários,
rendimentos de investimentos e recebimentos de aluguéis, se tiver) e todas as
dívidas. Isso porque as que têm os juros mais altos, como cartão de crédito e
cheque especial, e as que correspondem a produtos e serviços essenciais, como
moradia, energia elétrica e água, devem ser priorizadas.
Nessa etapa, é muito importante
reunir a família – incluindo as crianças –, falar sobre o problema e, em
seguida, discutir as alternativas. Afinal, será necessário que mudanças no
comportamento de todos aconteçam para que seja possível poupar para quitar as
dívidas e, principalmente, para não retornar a situação de endividamento e
inadimplência no futuro.
O pagamento das dívidas precisa
ser bem administrado para que não gere inadimplência, que é quando a pessoas
não conseguem pagar na data do vencimento. Caso isso aconteça, é importante não
buscar uma nova forma de crédito para conseguir pagar a dívida em atraso sem
atuar na causa do problema antes, que é o comportamento financeiro. Do
contrário, a situação pode virar uma bola de neve.
Conheça seis orientações para
sair da inadimplência:
Muitas vezes, é importante dizer
“devo, não nego, pago, como e quando puder”. Nunca se deve procurar o credor
(pessoa ou instituição para quem se deve) antes de ter domínio completo da sua
situação financeira, pois assim não terá condições de resolver o problema;
A portabilidade é uma das
ferramentas para reduzir o endividamento, portanto, procure por linhas de
créditos mais baixas. Porém, é importante frisar: isso não resolve a causa do
problema;
No planejamento para pagar as
dívidas, priorize as que têm os juros mais altos. Geralmente são as de cartão
de crédito e cheque especial;
Na hora de negociar, se for
parcelar as dívidas, tenha certeza de que as parcelas caberão em seu orçamento;
Não existe uma porcentagem exata
do quanto terá que direcionar para pagar suas dívidas, isso dependerá do
diagnóstico financeiro feito previamente;
Além de quitar as dívidas,
procure guardar dinheiro para fazer suas próximas compras à vista e obter
descontos. Mesmo endividado, inicie o projeto de vida de ser independente e
sustentável financeiramente. E não se esqueça: é preciso respeitar o dinheiro e
entender que ele é um meio e não um fim.
Fonte: DSOP Educação Financeira