O Cine Olympia, referência do
circuito alternativo do audiovisual em Belém, está com extensa programação para
o mês de dezembro. Serão festivais, mostras, projetos e outras exibições para
movimentar o espaço. O destaque deste mês é o filme mudo “Intolerância”,
lançado há 100 anos, em 1916. Conhecido por ser um espaço
democrático, o Cine Olympia abre a sala de exibição para festivais, mostras de
curta metragens, mostra Carlos Saura e também para o cinema israelense. Em
Belém, o cinema é o único com entrada franca, o que para Marco Antônio Moreira,
responsável pela programação, é um dos principais atrativos.
“O chamado
circuito alternativo é fundamental. O cinema não é só a parte comercial. Tem
pessoas que compreendem que o cinema é um mecanismo de reflexão e discussão,
mas, cada vez menos filmes e curtas têm espaço no cinema comercial. Então, é
importante que o público paraense valorize este espaço. Teremos uma programação
bem diversificada, com muitos gêneros para de fato agradar o público que
prestigia o espaço durante o ano inteiro”, ressalta Marco.
O clássico do cinema mudo
“Intolerância” será exibido dentro do Projeto Cinema e Música, em parceria do
Instituto Carlos Gomes. O épico de três horas e meia de duração do diretor D.
W. Griffith, apresenta quatro linhas narrativas desenvolvidas paralelamente ao
longo de 2.500 anos.
O projeto Cinema e Música existe
há três anos com o objetivo de ser uma homenagem ao cinema sem som, além de ser
um resgate ao período em que os filmes eram exibidos com o acompanhamento de um
músico, entre os anos de 1912 e 1930, no cine Olympia.
“O público gosta muito deste
projeto, sempre que temos filmes de comédia ou terror, gêneros típicos do
cinema mudo há uma grande procura. Fico feliz por conta da importância que tem
o cinema mudo, percebo sempre um público novo. O projeto evidencia essa
importância do cinema mudo e resgata também essa tradição antiga do próprio
cinema”, conta Marco.
Outro destaque do mês fica com a
Mostra de Cinema Israelita, em parceria com o Centro Israelita do Pará com seis
filmes inéditos produzidos nos últimos seis anos. “A importância das parcerias
é mostrar para o público paraense estes grandes filmes de outras cinematografias
que, de forma recorrente, não alcança o grande público. A gente espera que o
público se interesse por essas produções do reconhecido cinema israelense”,
encerrou Marco.