O resultado do primeiro
Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) realizado
em Belém, neste ano de 2017, coloca a capital paraense entre as cidades
brasileiras em situação de médio risco ou alerta para o risco de surto de
dengue, zika e chikungunya. O percentual de imóveis com a presença de larvas do
mosquito chega a 2,6% na cidade, pelo levantamento da Divisão de Controle de
Endemias da Secretaria Municipal de Saúde, executado entre os dias 9 e 13 de
janeiro. O número mostra aumento em relação ao último índice de 2016, quando o
mapeamento indicou 1,1% de casas infestadas, no mê de dezembro.
De acordo com os indicadores do
Ministério da Saúde, percentuais satisfatórios são aqueles inferiores a 1%,
quando indicam menos de uma casa infestada para cada 100 pesquisadas. De 1% a
3,9% o índice é considerado de médio risco ou situação de alerta, quando a
presença de larvas é encontrada em até 3 imóveis para cada 100 vistoriados.
Percentuais a partir de 3,9% indicam risco de surto ou epidemia, em casos de
infestação em quatro ou mais residências para cada 100 inspecionadas.
Um dos principais motivos
atribuídos ao aumento do Índice de Infestação Predial é o período chuvoso, que
amplia os riscos de formação de criadouros, apesar da intensificação das ações
adotadas pela Prefeitura de Belém para prevenir a proliferação do mosquito que
apresentava declínio em 2016. “Nesse período de chuvas é comum que o índice
aumente, por isso o Programa Municipal de Controle do Aedes aegypti intensifica
as ações e alerta a população sobre os depósitos preferenciais do mosquito”,
esclareceu o Coordenador da Divisão de Controle de Endemias da Sesma, David
Rosário. “O primeiro Levantamento deste ano indicou que 2,6% das residências
têm a presença do vetor, por isso, o município continua com as ações de
intensificação de combate aos criadouros predominantes nos bairros com Índice
de infestação Predial de risco, e vai realizar mobilizações nessas comunidades
com intuito de diminuir o quantitativo destes criadouros”, frisou David,
lembrando que essas áreas têm recebido atenção especial, inclusive com apoio do
Exército às equipes da Sesma que vão de porta em porta para orientar a população
e eliminar possíveis criadouros.
O levantamento da Sesma
identificou também os principais criadouros encontrados nas casas visitadas:
recipientes plásticos, garrafas e latas, sucatas em pátios, ferros velhos e
entulhos de construção. Os bairros identificados com maior predominância são
Mangueiras, Ariramba, São Francisco e Vila no distrito de Mosqueiro; Jardim
Nova Vida, em Águas Lindas; Cruzeiro, em Icoaraci; Pedreira; Guamá; Jurunas e
Marco.
Prevenção e controle
Para o trabalho de combate ao
mosquito Aedes aegypti, que é permanente durante o ano e intensificado no
período chuvoso, a Sesma dispõe de mais de 900 agentes de controle de endemias
que atuam diretamente nos domicílios e terrenos abandonados, além de ações
educativas junto à população. “Mesmo com todo o trabalho realizado pelos
agentes, é importante ressaltar que cada um precisa fazer a sua parte e evitar
a produção de depósitos para o mosquito e fiscalizar os ambientes da própria
casa que vai de um balde que acumula água há dias até uma tampinha de garrafa
jogada no quintal”, ressaltou David.
Mutirões
Cerca de 50 caçambas foram usadas
para recolher mais de 900 toneladas de entulho em dois dias de mutirão de
limpeza realizado nos bairros do Marco e Pedreira no último final de semana.
Lixo descartado de forma indevida na via pública também foi recolhido pelas
equipes da Prefeitura de Belém. Os bairros escolhidos registraram o maior
número de casos confirmados de dengue, em 2016. No Marco foram confirmados 43
casos. Na Pedreira, 41 pessoas foram infectadas pelo vírus.
Outras ações também recolheram
centenas de toneladas de entulho dos canais da cidade para prevenir o
transbordamento e minimizar alagamentos, durante as fortes chuvas coincidentes
com a maré alta na cidade. Ainda assim, a parceria com a comunidade é
considerada fundamental para o sucesso do combate ao mosquito Aedes aegypt.