Pará está entre os Estados com menor índice de dengue no país



As ações do Estado de controle ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya têm alcançado significativos resultados. Apesar de estar localizado em uma região endêmica, quente, úmida e chuvosa, propícia para a disseminação do mosquito transmissor das doenças, o Pará é o quarto Estado brasileiro que mais combateu a dengue nos últimos seis anos, segundo balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

“Dos três primeiros Estados, que são Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Roraima, dois têm pouca incidência por conta do frio na maior parte do ano. Roraima pouco se leva em conta pela baixa população, justamente por ser um Estado pequeno, com somente 13 municípios”, analisa o diretor do Departamento Epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Bernardo Cardoso.

Levando em consideração o tamanho geográfico do Pará e a população, com cerca de oito milhões de habitantes, os números mostram resultados positivos. Segundo o balanço de 2016, foram confirmados 6.329 casos de dengue, 834 de febre chikungunya e outros 2.807 pacientes com zika em todo o Estado, sem nenhuma morte. Houve aumento de 9,59% na quantidade de doentes com dengue  em relação a 2015, que terminou com 5.775 ocorrências, porém com cinco mortes em decorrência da doença. “O aumento se dá pelo acréscimo das notificações e diagnóstico, com apoio do Evandro Chagas, Laboratório Central do Estado e unidades hospitalares”, afirma Bernardo Cardoso.

Segundo o diretor, o trabalho é feito em parceria com os municípios constantemente ao longo do ano. Equipes da Sespa também fazem visitas técnicas aos municípios para assessoramento das ações do programa de combate à dengue, além de apoiar a capacitação para o atendimento de casos de febre chikungunya e zika. “Nesse período chuvoso é de suma importância dobrar os cuidados. É preciso ficar atento aos reservatórios de água, evitar lixo armazenado e limpar o quintal regularmente. Além disso, os novos gestores devem reforçar a limpeza das cidades. Cuidados básicos fazem a diferença e previnem a proliferação do mosquito transmissor”, orienta.

Dez municípios paraenses fecharam o ranking dos casos confirmados de dengue no Pará no decorrer de 2016: Belém (567), Marabá (496), Dom Eliseu (482), Alenquer (440), Itaituba (330), Oriximiná (304), Parauapebas (299), Tucuruí (290), Pacajá (223) e Novo Progresso (221). A Sespa continua orientando as secretarias municipais de Saúde a informar, no período de 24 horas, a ocorrência de casos graves e mortes que possam ter sido causadas pelas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

Para a confirmação da causa da morte é necessária a investigação epidemiológica, com aplicação do Protocolo de Investigação de Óbito do Ministério da Saúde, que prevê exames específicos em laboratórios credenciados, como o Laboratório Central (Lacen) e o Instituto Evandro Chagas (IEC), preconizados pelo Programa Nacional de Controle da Dengue. O procedimento garante o correto encerramento de casos graves e óbitos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).