A Secretaria de Estado de Saúde Pública
(Sespa) já está dando todo o suporte necessário para o controle da febre
chikungunya no município de Xinguara, no Sul do Pará. Somente nas três
primeiras semanas deste ano já foram registrados 174 casos da doença. O
município está em estado de alerta por conta do aumento de casos da doença.
Alguns bairros apresentam índices de infestação predial de 17%, estando muito
acima do percentual máximo de 1% recomendado pelo Ministério da Saúde. Segundo
a Secretaria Municipal de Saúde de Xinguara, até o momento foram confirmados
dois óbitos. Outros três casos estão sob investigação.
Diante da complexidade do evento, a
Sespa, por meio do 12º Centro Regional de Saúde (CRS), e as secretarias de
Xinguara, realizaram reuniões para o planejamento de uma força-tarefa, voltada
para o combate e controle do Aedes aegypti no município. Entre as atividades
desempenhadas estão: orientação preventiva e eliminação dos depósitos e focos
do Aedes aegypti por meio dos Agentes de Controle de Endemias e Agentes de
Comunitários de Saúde em todos os bairros do município. As ações também incluem
a utilização do carro fumacê, limpeza dos bairros, atendimento de denúncias
recebidas por meio do Disque Dengue e avaliação no local por agentes de
fiscalização. As equipes também estão orientando a população sobre a limpeza de
entulhos ou depósitos irregulares.
A Sespa também já pediu o apoio do
Ministério da Saúde e atua com a investigação e reforço de medicação,
entomológica e clínica dos casos graves suspeitos, com o apoio de uma equipe do
Instituto Evandro Chagas. Diante deste quadro, as recomendações são para que
todos colaborem com as atividades em andamento, usem frequentemente repelentes
durante o dia e prefiram roupas de manga longa e de cores claras. Quando
possível, evitar a aglomeração de pessoas em locais com indivíduos suspeitos de
terem contraído o vírus.
Os pacientes estão sendo atendidos na
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, que passou a realizar um
número maior de atendimentos por dia, passando de 80 para 300. Os casos mais
graves estão sendo encaminhados para o Hospital Regional de Redenção. Foram
colhidos exames a serem encaminhados ao Instituto Evandro Chagas e ao
Laboratório Central do Estado (Lacen) para análise da sorologia e diagnóstico
preciso da doença, que evolui de forma rápida, o que aumenta a suspeita de uma
nova forma da doença.
A Sespa informa ainda que vai instalar
um comitê de crise na capital para atuar na intensificação do controle e
combate ao Aedes aegypti, além de um Plano Emergencial para as regiões Sul e
Sudeste, locais com maior risco de proliferação da doença.
Sintomas – O vírus da febre chikungunya
é transmitido pelo mesmo vetor da dengue e da zika, o Aedes aegypti, e provoca
febre e dores musculares. A chikungunya caracteriza-se principalmente pelas
intensas dores nas articulações. Os sintomas duram entre 10 e 15 dias, mas as
dores podem permanecer por meses, e até anos.