O protesto que impedia o acesso
ao aterro sanitário de Marituba, próximo à Alça Viária, encerrou no sábado
(04/03), depois de quatro dias de interdição e muito lixo acumulado nas ruas de
Belém e municípios da Região Metropolitana. Mas a polêmica sobre o funcionamento
do aterro não acabou. Nesta terça-feira (07/03), os representantes das
comunidades do entorno do aterro sanitário estiveram na Assembleia Legislativa.
Eles se reuniram com os deputados
Raimundo Santos, Eliel Faustino, Tércio Nogueira e Miro Sanova. Os moradores
criticam o funcionamento da empresa responsável pelo aterro sanitário, alegando
que o empreendimento não foi implantado corretamente e, por isso, o tratamento
inadequado do lixo está provocando problemas de saúde e impacto ambiental. “Mesmo que esse lixão feche hoje, ainda
teremos que enfrentar muitos anos para conseguir a recuperação da área”,
reclama o morador Roberto Miranda.
Outro morador, Roberto Costa,
lembra que o aterro sanitário foi criado há dois anos para substituir o antigo lixão
do Aurá. “O lixão funcionava a céu aberto, sem tratamento e, por isso, não se
adequava à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Mas o que vemos hoje é que a
central de processamento da coleta de lixo, no aterro, está do mesmo jeito,
provocando a poluição ambiental e prejudicando quem vive no município”, avalia.
O vereador de Marituba ,
Manoelzinho Rocha, destacou que o aterro foi criado para resolver um problema e
acabou se tornando outro problema. “Não queremos apenas a adequação do aterro,
queremos o fechamento. Não descartamos outros protestos se não houver uma
solução”, garante ele.
O líder do Governo, deputado
Eliel Faustino, lembrou que a empresa responsável pelo aterro “só permite a
entrada dos caminhões de coleta se os municípios pagarem em dia pelo serviço.
Então, temos que cobrar que essa empresa também cumpra as condicionantes para o
funcionamento. Vamos acompanhar essa questão”, garante.
Durante a Sessão Ordinária desta
terça-feira (07/03), o deputado Raimundo Santos pediu a criação de uma comissão
especial de acompanhamento do problema. O requerimento foi aprovado e agora os
deputados vão fiscalizar o funcionamento do aterro. “A Alepa, em seu papel
constitucional, vai ajudar na fiscalização e apresentação de propostas. Os
moradores locais estão revoltados e com razão, mas esse problema não é apenas
de Marituba, é de toda a Região Metropolitana, de todo o Estado, em relação a
saúde pública e ambiental. Por isso, é importante a Alepa participar dessa
comissão maior junto com Estado, Ministério
Público, OAB e a sociedade, para debater e encontrar soluções”, finalizou o
parlamentar.
SAIBA MAIS - O aterro sanitário
de Marituba foi criado com a capacidade de receber 1.240 toneladas de lixo por
dia, de cinco municípios da Região metropolitana. Mas apenas Belém produz 1.200
toneladas por dia. A coleta de todos os municípios envolvidos ultrapassa a
capacidade, causando problemas decorrentes da instalação do lixão no local,
como o forte odor e a ocorrência de problemas respiratórios entre os moradores.
De acordo com os manifestantes,
foi prometida uma audiência com o governado Simão Jatene em até duas semanas
para discutir sobre o aterro sanitário. Os moradores querem o fechamento do
local.