A Secretaria de Estado de
Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) e a Fundação Amazônia
de Amparo a Estudos e Pesquisas Fapespa lançaram o
Boletim do Trabalho, Emprego e Renda no Pará. O relatório faz parte de pesquisa
semestral detalhada que subsidia a construção de políticas públicas
estratégicas para os setores econômicos de maior necessidade e também dá
suporte para que segmentos como comércio, indústria e serviços possam avaliar o
próprio desempenho.
Neste ano, o comparativo de 2015
e 2016 traz estabilidade de emprego em pequenos e microempreendimentos e queda
nas médias e grandes empresas. O resultado é reflexo da crise nacional da
economia e também da proximidade da conclusão de grandes obras no Estado, como
a hidrelétrica de Belo Monte, que apresenta saldo negativo, entre empregados e
desempregados, de sete mil postos. “Estas informações são muito valiosas, tanto
para o setor produtivo quanto para o público. Admissões e desligamentos no
mercado de trabalho, levantamento por faixa etária, municípios, gênero... São
várias as formas de desmembrar o mercado de trabalho”, diz o presidente da
Fapespa, Eduardo José Monteiro.
O boletim aponta queda em áreas
como a construção civil e o comércio varejista, que estão interligadas, pois
sem renda o trabalhador precisar restringir as compras, o que afeta diretamente
o comércio, que também precisa reduzir pessoal para manter os custos dos
empreendimentos. Segundo a Fapespa, dos 27 Estados da federação, 26
apresentaram queda nos postos de trabalho. No Pará, o saldo negativo entre
emprego e desemprego, entre 2015 e 2016, é de quase 40 mil vagas.
“A queda na construção civil veio
com a conclusão de grandes obras, como a desmobilização de Belo Monte, e o
desaquecimento do setor imobiliário. O impacto já era aguardado, com ou sem
crise, mas um dado chama atenção: tivemos 17 mil postos de trabalho positivos
nas empresas com até quatro trabalhadores. Foi repetido o índice positivo do
ano passado, com 27 mil vagas neste mesmo tipo de empreendimento. A crise vem
impactando o setor produtivo de forma diversa, mas as micro e pequenas empresas
tiveram desempenho favorável. Isso mostra que precisamos ter um olhar especial
para fortalecer ainda mais este setor”, explica o presidente da Fapespa.
Empurrão – Para o vice-presidente
comercial da Associação Comercial do Pará (ACP), Miguel Sampaio, a carga
tributária diferenciada e mais baixa tem ajudado as pequenas empresas a se
manter. "A esperança que temos é o uso das contas inativas (do FTGS) que
serão sacadas a partir deste mês. Isso deve dar um alívio até julho deste ano.
Por mais que o Pará seja um dos Estados com menos problemas, também temos
várias questões para resolver. Não podemos ter desmotivação. É preciso melhorar
a confiança de investimentos no país para que possamos iniciar um novo ciclo de
retomada e crescimento na economia brasileira”, defende.
O secretário adjunto da Seaster,
Everson Costa, analisou o cenário atual da economia no Pará e disse que o
Estado tem sido afetado, mas é possível montar estratégias para melhorar este
quadro a partir do segundo semestre. “Este boletim nos trouxe um cenário de
extrema dificuldade, pois nos últimos dois anos acompanhamos uma economia fraca
em função da crise econômica nacional, que trouxe alto índice de inflação,
custos e desemprego”, avaliou.
“Estamos num ciclo de recessão.
Sem novos empregos, não temos massa salarial, não temos consumo e nem demanda.
Sem a demanda não temos como incrementar o serviço e o comércio. A partir das
informações deste boletim, discutiremos diversas estratégias para a melhoria
deste quadro, como a qualificação profissional dos trabalhadores da construção
civil, indústria e comércio; investimentos para maior inserção da mulher no mercado
do trabalho e fomento para as micro e pequenas empresas, que já são
incentivadas como programas como o Cred Cidadão”, detalho secretário.
Serviço: o boletim estará
disponível no site da Fapespa:
http://www.fapespa.pa.gov.br/.