Hospitais do Pará vão se reunir para falar de sustentabilidade no setor de saúde


O seminário será promovido pelo Projeto Hospitais Saudáveis e pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, via Hospital Público Estadual Galileu - Foto: Agência Pará

Promover o engajamento de instituições de saúde do Pará frente aos desafios da mudança do clima e do gerenciamento de resíduos. Esse é o mote do I Seminário Amazônico dos Hospitais Saudáveis, evento que terá a capital paraense como sede pela primeira vez, nos dias 14 e 15 deste mês, promovido pelo Projeto Hospitais Saudáveis (PHS) e pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, via Hospital Público Estadual Galileu. 

Com o tema “Os desafios do setor de saúde na Amazônia frente às mudanças climáticas”, a programação será aberta na quarta-feira, às 8h30, no auditório da faculdade DeVry Faci, pelo diretor operacional da Pró-Saúde no Pará, Paulo Czrnhak, que abordará a “Sustentabilidade nos hospitais do Estado do Pará: onde estamos e onde queremos chegar?”.

Além dele, vários outros convidados vão participar da programação. No segundo dia haverá uma oficina de elaboração de inventários sobre gases de efeito estufa (GEE) e de planilha do Programa Brasileiro do GHG Protocol, no auditório do Hospital Galileu, onde também será debatida a adesão de hospitais paraenses à campanha 'Desafio 2020 - a Saúde pelo Clima', da Rede Global Hospitais Verdes e Saudáveis.

Segundo estudos, para cada US$ 1 trilhão em receitas geradas pelo setor da saúde em todo o mundo, é necessário consumir US$ 28 bilhões em recursos ambientais globais - o equivalente a 3% de sua receita anual. Diante da necessidade de otimizar o uso desses recursos e adotar novas práticas para que o setor de saúde também ajude o planeta a superar os gargalos impostos à sustentabilidade, os impactos do funcionamento desses tipos de estabelecimentos são um desafio global que vem merecendo cada vez mais atenção.

Os hospitais brasileiros hoje são responsáveis por 10,6% do consumo total de energia elétrica comercial no País. Nos EUA, os prédios ligados à área de saúde ocupam a segunda posição entre os edifícios comerciais que mais consomem energia. Já na Inglaterra, o serviço público de saúde calculou sua pegada de carbono – a contribuição em emissão de gases que agravam o efeito estufa - em mais de 18 milhões de toneladas de CO² emitidas ao ano – o equivalente a 25% do total das emissões de todo o setor público britânico.

A sustentabilidade na saúde começou a ser debatida no Brasil há apenas uma década. Inicialmente, eram discussões voltadas aos impactos dos hospitais diretamente ligados ao meio ambiente e à saúde. Posteriormente, a responsabilidade social e a sustentabilidade foram incluídas nesses debates - até que o Brasil, na primeira década deste novo século, começou a ter os primeiros movimentos de hospitais interessados em adequar seus projetos de gestão a esses novos desafios.

Em 2009, a Pró-Saúde iniciou projetos nesse sentido. E tendo a sustentabilidade como diretriz, credenciou junto à Global Reporting Initiative (GRI), em 2011, o primeiro hospital da América do Sul com o selo GRI Check nível C. No Pará, mediante contrato de gestão firmado com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), três estabelecimentos administrados pela Pró-Saúde avançam como hospitais sustentáveis: o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG) e o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém; e o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém.

A importância desses esforços está expressa em importantes transformações nesses ambientes hospitalares. Neste mês de março, o Hospital Regional do Baixo Amazonas enviou à Global Reporting Initiative seu primeiro relatório de sustentabilidade.

Benefícios da sustentabilidade no ambiente hospitalar

Desde que esta questão passou a ser trabalhada nessas instituições, observou-se o fortalecimento da governança, a revisão de processos e usos e a redução de custos e de consumo nos recursos naturais. A sustentabilidade tem contribuído, ainda, para a gestão de riscos e a criação de parâmetros que permitem dimensionar os indicadores de cada hospital, comparando-os a outros nos âmbitos nacional e internacional.

Serviço: I Seminário Amazônico dos Hospitais Saudáveis. Dias 14 e 15 de março, em Belém.
Dia 14/03 – Abertura às 8h30, no auditório da faculdade DeVry Faci (Tv. Tupinambás, 461 – Batista Campos)
Dia 15/03 – Oficinas no auditório do Hospital Galileu (Rodovia Mário Covas, 2553 – Una)

Sugestão de entrevistados: Paulo Czrnhak (diretor Operacional da Pró-Saúde no Pará); Vital Ribeiro Filho (Projeto Hospitais Saudáveis); Saulo Mengarda (diretor-geral do Hospital Galileu) e público participante.