Mais de mil presos são monitorados por tornozeleiras na Região Metropolitana de Belém



Foto Ascom/Susipe

O Núcleo Gestor de Monitoramento (NGME), da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), inaugurou um espaço totalmente revitalizado para o atendimento de presos monitorados eletronicamente na Região Metropolitana de Belém (RMB). Atualmente, o Estado possui 1.170 detentos que fazem o uso das tornozeleiras eletrônicas, um dispositivo que tem sido utilizado pela Justiça para reduzir a superlotação nos centros de detenção de todo o Brasil.

No novo espaço, servidores da Susipe acompanham 24 horas por dia, a rotina de internos que foram sentenciados ou progrediram para regime aberto, em prisão domiciliar, que possuem licença para tratamento de saúde ou durante as saídas temporárias na capital. Criado em janeiro de 2014, o NGME monitora hoje 1.031 homens e 139 mulheres através das tornozeleiras eletrônicas.

“No início deste ano a Susipe assinou um contrato que duplicou o número de dispositivos e agora temos 2 mil tornozeleiras. Há também um projeto que está em fase de licitação, que é um convênio com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), em Brasília, para adquirirmos cerca de 500 equipamentos, que serão utilizados só para as audiências de custódia”, informou Robervaldo Araújo, diretor do Núcleo Gestor de Monitoramento.


O Núcleo tem uma área de mais de 700 m² e agora conta com uma casa de passagem e um hotel de trânsito. O custo total da obra chegou a R$ 120 mil reais, e os recursos foram repassados pelo Governo do Estado.

A casa de passagem terá refeitório, cozinha e sala de convívio e poderá acolher detentos que saírem de alvará ou livramento condicional, que residam no interior do Pará ou em outro Estado do país e que não tenham condições financeiras para voltar de imediato ao local onde vivem. Já o hotel de trânsito terá alojamentos feminino e masculino, para agentes penitenciários que vêm de outros municípios do Pará ou de outros Estados e que estejam a trabalho; o espaço contará com cozinha, salas administrativas e um pequeno auditório para a realização de cursos e palestras.

“Os espaços já foram todos reformados, pintados e aos poucos estamos trazendo os materiais necessários para o funcionamento e alojamento das pessoas, que passarem por aqui”, explicou Robervaldo Araújo. "Aqui no novo espaço realizamos a manutenção dos equipamentos e reparos, além da colocação das tornozeleiras, com a inclusão do detento no sistema de monitoramento, além do atendimento psicossocial”, completou o diretor.

Monitoramento 24h - O Centro Integrado de Operações (CIOP) monitora cada detento. Quatro equipes de três agentes penitenciários se revezam no CIOP, para acompanhar o dia a dia dos detentos, através de telões que mostram a localização do preso emitidos por satélite para a central.

Saída temporária - Os detentos de unidades prisionais da RMB, que recebem o benefício da saída temporária também são monitorados eletronicamente. De acordo com dados do NGME, o uso do equipamento reduziu o número de não retornos. “Em 2013, nosso índice de não-retorno nas festas de final do ano chegou a 13,02%. Em 2014, esse percentual caiu para 7,16%, no mesmo período, com o uso das tornozeleiras. Com isso registramos um decréscimo significativo de presos que não retornaram nas saídas temporárias, pois quando eles não voltam ou chegam fora do prazo, o juiz é comunicado e eles podem ter menos dias autorizados na próxima saída ou até mesmo perder o direito ao benefício”, informou o diretor.