Capanema adota Constelação Familiar



A Comarca de Capanema, no nordeste do Pará, está selecionando processos possíveis de solução com a aplicação da Constelação Familiar, uma metodologia psicoterapêutica que ajuda as partes a tratarem os sentimentos “ocultos”, que estão por trás dos litígios judiciais. A Constelação em Capanema está marcada para esta segunda-feira 17 de abril. Antes, magistrados e servidores da Comarca a receberam capacitação para aplicar o método. Intitulado “Desvelando o Oculto” e promovido pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Soluções de Conflitos do Tribunal de Justiça do Pará (Nupemec), o treinamento ocorreu no último dia 13 e envolveu também representantes do Ministério Público, Defensoria Pública, Centro Especializado de Assistência Social (Creas), Conselho Tutelar e Abrigo Municipal daquela Comarca. O projeto chegou à Capanema em fevereiro deste ano.

De acordo com a coordenadora do Nupemec, desembargadora Dahil Paraense de Souza, que também gerencia o projeto, “a Constelação Familiar é uma ferramenta que auxilia as partes a se desarmarem daquela mágoa entre eles, deixando espaço para uma mediação e conciliação exitosa”. O objetivo, observou a magistrada, é empoderar as pessoas para que possam resolver os conflitos entre si. “Deixar a decisão a cargo de um terceiro, sempre gera a insatisfação de um dos lados, abrindo caminho para recurso de decisões e prolongamento do litígio”, alertou.

O treinamento foi ministrado pela oficial de Justiça, Carmem Sisnando, voluntária na execução do projeto e doutoranda na área.  Por meio de dinâmicas, Carmem falou aos participantes sobre os conceitos científicos da Constelação e sobre os sentimentos que precisam ser trabalhados para que se compreenda melhor as pessoas, sabendo que cada ser humano é único e precisa ser respeitado nas suas particularidades, seja elas qual for.

“A capacitação é necessária para que os servidores percebam que sentimentos eles estão emitindo, se são sentimentos positivos ou negativos, e passem a trabalhar suas emoções, porque só podemos perceber o outro, se primeiro percebermos a nós mesmos”. Carmem ressaltou ainda que o treinamento ajuda o servidor a entender melhor o seu papel e a contribuir mais com Judiciário.  

Após a capacitação, servidores e magistrados irão selecionar os processos possíveis de serem levados à Constelação. Nesta segunda-feira, o Nupemec voltará à Capanema para aplicar o método entre os litigantes dos processos, e tentar alcançar a solução dos conflitos. O juiz Acrísio Tajra de Figueiredo, diretor do Fórum de Capanema, disse que “a pessoa já sai da Constelação com o emocional tratado, o que permite chegar a um acordo de maneira mais rápida e que satisfaça ambas as partes, o que permite ao Judiciário ser mais célere”.