A Organização Mundial da Saúde
(OMS) aponta que a doença de Parkinson atinge pelo menos 1% da população acima
dos 60 anos e especialistas estimam que no Brasil são mais de 200 mil pessoas
em tratamento. Na Unidade João de Barros Barreto (HUJBB), do Complexo
Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares (Ebserh), são cerca de 150 pacientes cadastrados no
ambulatório destinado, especificamente, para o acompanhamento às vítimas da
enfermidade. Em alusão ao Dia Mundial de Combate à Doença de Parkinson, no
último dia 11, acontece nesta segunda-feira, 17, no auditório do HUJBB a
mesa-redonda sobre “Um olhar multiprofissional para a pessoa com doença de
Parkinson”, das 8h às 11h.
Segundo a coordenadora do
ambulatório da unidade hospitalar, a neurologista Sônia de Paula, o objetivo do
evento é discutir a doença de forma ampla, desde os sintomas até o tratamento
do paciente na sua integralidade. “A abordagem multiprofissional é fundamental
para o acompanhamento da pessoa com Parkinson tendo como propósito oferecer
qualidade de vida, por ser duma doença degenerativa progressiva e
incapacitante”, enfatiza.
Sintomas - A doença de Parkinson
compromete a produção de dopamina, substância química produzida pelo cérebro e
responsável pela manutenção dos movimentos do corpo. Os principais sintomas são
tremor de repouso, lentidão dos movimentos, rigidez muscular, alteração do
equilíbrio, fala e escrita, podendo até afetar a mobilidade e a independência
do paciente. A médica, que também é membro da Academia Brasileira de
Neurologia, informa que o diagnóstico é eminentemente clínico, por meio da
história clínica e exame neurológico. Baseada em estudos, diz que a prática de
atividade física minimiza a evolução do problema, e o apoio fisioterápico e
fonoterápico.
A médica comenta que o primeiro
tratamento registrado como eficaz foi a reposição da levodopa, um precursor da
dopamina, que atravessa a barreira hematoencefálica e na instância cerebral é
transformada em dopamina. Aponta também a “adição de inibidores enzimáticos,
que permitiram uma ação mais duradora desta droga; posteriormente, o surgimento
dos agonistas dopaminérgicos, inibidores da Manoamina Oxidase (MAO-B); e a
abordagem das complicações do uso prolongado da levodopaterapia, assim como das
comorbidades neuropsiquiátricas que também contribuíram na melhoria dessa da
doença”.
Ambulatório – O Ambulatório de
Doença de Parkinson do Barros Barreto funciona há dez anos, com atendimento
três vezes por semana, das 7h às 11h. Dispõe de uma equipe multiprofissional,
para o acompanhamento de cerca de 150 pacientes hoje cadastrados. Está
localizado no prédio do Barros Barreto, na Rua dos Mundurucus, 4487, no bairro
do Guamá, em Belém (PA).