Vigilância sanitária apreende 350kg de medicamentos em farmácias irregulares

Tássia Barros - Comus

 Três farmácias foram fechadas hoje (04) e 350kg de medicamentos apreendidos pela Divisão de Drogas e Medicamentos do Departamento de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde (Devisa/Sesma) durante a terceira fase da operação “Efeito Colateral”, que investiga denúncias de venda irregular de medicamentos e/ou estabelecimentos sem a presença do profissional farmacêutico e sem condições higiênico-sanitárias. A ação contou com o apoio do Conselho Regional de Farmácia e da Guarda Municipal.

Os estabelecimentos vistoriados hoje estão localizados nos bairros do Barreiro, Benguí e Terra Firme. Em todos, foram encontradas irregularidades na documentação (não tinham autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária nem licença de funcionamento da Vigilância Sanitária de Belém), vendiam antimicrobianos sem retenção de receita e, em dois estabelecimentos, não havia a presença do farmacêutico e as instalações eram precárias.

Em duas farmácias, todos os medicamentos foram recolhidos e os proprietários receberam intimação para regularização no prazo de 30 dias. Na farmácia localiza no Benguí, o prazo para regularização é de 24h. “Apreendemos os medicamentos para que a atividade seja interrompida de imediato. Passamos todas as orientações e, após os prazos estipulados, se eles não comparecerem ao órgão, nós retornamos ao local para verificação se a atividade voltou a funcionar de forma irregular e para que as medidas cabíveis sejam tomadas. Desde já, foi aberto processo sanitário, que determinará o tipo de infração cometida e a penalidade”, explica Thyago Vilhena, farmacêutico técnico de vigilância sanitária. Ele acrescenta que os estabelecimentos podem ser advertidos, multados e até receberem interdição total.

De acordo com o fiscal do Conselho Regional de Farmácia, Nelson Oliveira, todos os estabelecimentos farmacêuticos precisam de registro no conselho e precisam ter o profissional de farmácia no local durante todo o período de funcionamento, se não tiver, está cometendo um crime. “Nós estamos nesta ação conjunta autuando e o Devisa lacra o estabelecimento. Os proprietários irão responder pelo crime de tráfico de drogas, na modalidade medicamentos. Esta operação é imprescindível para proteger a saúde da população, que pensa que está recorrendo a um produto certo, mas está levando algo que pode fazer muito mal para a saúde”, ressalta o fiscal.

A operação “Efeito Colateral” foi iniciada em 2013 pelo Departamento de Vigilância Sanitária de Belém e já apreendeu mais de duas toneladas de medicamentos. “É uma ação contínua que tem importância sanitária, visto que, antes de concedermos uma licença de funcionamento, nós fazemos uma análise prévia do estabelecimento, avaliando as condições adequadas para a conservação dos medicamentos, a segurança de usuários, funcionários e a garantia da qualidade do serviço. O estabelecimento que não possui a licença, com certeza, não está cumprindo a legislação e, consequentemente, levando riscos ao consumidor”, frisa Randolfo Coelho, chefe da Divisão de Drogas e Medicamentos do Devisa. Ele reforça que a população é fundamental para denúncias ao órgão, que podem ser feitas presencialmente, na sede do Devisa, localizado na Trav. FEB, nº 77. São Brás.