Obra debate os desafios da gestão do lixo na Amazônia e aponta alternativas estratégicas



A região amazônica concentra a maior riqueza em biodiversidade do planeta e um quinto de toda a reserva de água potável do mundo. Tamanha grandiosidade, no entanto, carece de políticas de preservação. Um dos pontos mais sensíveis é o trato com o lixo. Ao longo de anos, o pesquisador paraense Paulo Pinho se debruçou sobre o desafio da gestão dos resíduos sólidos nas cidades da Amazônia e buscou caminhos estratégicos para propor soluções à crise do lixo na região. No dia 30 de maio, o resultado de seus estudos chega ao público no livro “A Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos na Amazônia Brasileira”, que será lançado às 19h, na Universidade da Amazônia (Unama), campus da Alcindo Cacela.

Paulo Pinho é doutor pela Universidade de São Paulo (USP), no Programa de Ciências Ambientais, com pesquisa voltada à Avaliação de Políticas Públicas em Saneamento na Amazônia. Possui especialização em Engenharia do Controle da Poluição Ambiental, na USP, fez estágio de doutorado na Alemanha, e treinamento em Automóvel e Meio Ambiente, no Japão. Tem vasta experiência na área de Gestão Ambiental, com ênfase em Resíduos Sólidos e Avaliação de Impacto Ambiental, com 54 projetos realizados.

Ao pesquisar a poluição e o trato com o lixo em diversas partes do mundo, Paulo trouxe à tona a necessidade de pensar as peculiaridades da Amazônia nesse contexto.   “Os impactos ambientais são amplificados. A gente deposita o lixo de forma inadequada na maioria dos 450 municípios da Amazônia, e temos problemas de poluição do solo, poluição na água e também do ar”, explica Pinho, que é professor da Unama. O lixo eletrônico se revela mais um agravante na região. “Como não temos um parque industrial eficiente, acabamos não aproveitando parte dos resíduos eletrônicos. Consumimos e depois eles ficam aqui, contaminando nosso meio ambiente com metais pesados”.

A falta de coleta seletiva também implica no descarte de materiais com grande potencial de reaproveitamento. “Estamos jogando, literalmente, no lixo recursos que poderiam servir para aumentar a renda do catador, gerar empregos e diminuir custos relativos à coleta e transporte para lixões, além de reduzir os impactos ocasionados pela má disposição do lixo”, defende o autor, que é categórico: investir no tratamento de resíduos sólidos na Amazônia é uma questão estratégica, do ponto de vista econômico, social e ambiental.

Diante de tal cenário, o pesquisador fez do livro um painel técnico-científico que traça os detalhes sobre as alternativas de conscientização para ações práticas na administração dos resíduos sólidos das cidades, evitando consequências danosas à vida das populações atuais e de suas gerações.

Em três capítulos, o texto leva a uma reflexão e inspira a mobilização social, em especial de autoridades. “O principal desafio é envolver a população, para que ela assuma a responsabilidade pessoal em relação ao trato dos resíduos. A nossa nova política coloca a responsabilidade compartilhada começando com cada indivíduo e cada empresa. O próximo passo é capacitar o poder público, principalmente municipal, mas também governo federal e estadual que partilham a responsabilidade, e cobrar que tenham estratégias eficientes”.

Serviço
Lançamento do livro “A Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos na Amazônia Brasileira”, em parceria com o programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental - PROCAM - do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo.

Data: 30 de maio
Hora: 19h
Local: Auditório D-200, campus Alcindo Cacela da Unama
Aberto ao público. Entrada franca.

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