Lindanor Celina é tema de programação e espetáculo na Feira do Livro




Considerada uma escritora contemporânea e de uma originalidade incomum, além de ser uma romancista de grande porte, Lindanor Celina será homenageada, no próximo dia 1º de junho, durante programação na Feira Pan-Amazônica do Livro, realizada pela Secretaria de Cultura do Estado e que reviverá a vida e obra de seis autores paraenses. Além dos seminários, que ocorrerão de 28 de maio a 2 de junho, no auditório Eneida de Moraes, no Hangar, Lindanor é tema, também, da Gincana Literária, na qual outros autores paraenses são estudados por alunos das escolas públicas.

As homenagens a Lindanor iniciarão às 15h com a conferência: "Uma leitura de breve sempre", por Sílvio Holanda. Em seguida será aberta a mesa com a participação de Alfredo Garcia, que vai debater "Amazon-crônicas, Lindanor Celina na revista Amazônica".

O lado cronista de Lindanor será apresentado pelo jornalista João Carlos Pereira. Ele vai falar como a autora utiliza-se da forma peculiar para narrar fatos do quotidiano, tanto no romance quanto na crônica. “Fico muito comovido, quando tenho de falar da Lindanor, qualquer que seja o tema. Fomos amigos por muitos anos”, disse emocionado.

Lindanor nasceu em Castanhal, nordeste paraense, e se descobriu na literatura aos 11 anos, quando se mudou para Bragança. Em seguida veio para Belém, onde iniciou a carreira de cronista. João Carlos Pereira conta que ele adorava ler as crônicas da Linda, no jornal A Província do Pará e que fez Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), na Universidade Federal do Pará, sobre ela. “Me meti a pesquisar textos em jornais antigos e peguei fungo em duas unhas, que tiveram de ser arrancadas. Quando comecei a fazer crônicas, me inspirei muito (para ser sincero, copiei mesmo) na Linda”, confessa.

Lindanor Celina publicou seu primeiro livro, o romance “A menina que vem de Itaiara” em 1963, que foi escolhido pelo jornal O Estado de S. Paulo como "o livro do semestre", marco inicial da sua trajetória literária, abrindo caminho para “Estrada de tempo-foi”, “Breve sempre”, “Pranto por Dalcídio Jurandir”, “A viajante e seus Espantos” e Diário da Ilha.

João Carlos Pereira avalia que Lindanor precisa, sobretudo, ser lida. “Ela é uma cronista completa e uma romancista perfeita. Bastaria a trilogia para que estivesse consagrada. Bastaria "Eram os seis assinalados" para fazer dela uma autora de referência nacional. Mas, infelizmente, faltou a Lindanor um agente. Faltou a ela um bom distribuidor e também uma editora que a projetasse nacionalmente”, disse.

Ela teve um único livro publicado pela Nova Fronteira, o "Afonso Contínuo Santo de Altar", cuja edição acabou rapidamente. “Acho que na França ela é mais conhecida do que aqui”, disse.

As homenagens a Lindanor prosseguirão com o espetáculo teatral “Lindanor nas estradas do tempo foi”, com direção de Luciana Porto e Denis Tavares. A programação encerrará com debates envolvendo todos os participantes do seminário: Alfredo Garcia, João Carlos Pereira, Luciana Porto e Denis Tavares.