FOTO INTERNET |
O Pará se destaca, há mais de 20 anos, como o maior produtor de mandioca do Brasil. Com um resultado anual de 4.695.735 toneladas de raízes, o Estado responde por 20,4% da produção nacional. Para manter esse status, aumentar a produtividade e diminuir a incidência da podridão das raízes, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) vai distribuir 400 mil mudas de mandioca, de elevada carga genética, fitossanitária e também tolerantes à podridão das raízes nos municípios que se destacam por essa cultura.
Nos últimos anos, o rendimento médio tem sido pouco acima de 15 toneladas por hectare, considerado baixo face ao excelente potencial de adaptação da mandioca a diferentes tipos de solo e clima. Dentre os fatores que mais contribuem para a baixa produtividade, está a pouca tolerância do material genético utilizado pelos agricultores, tornando-o altamente suscetível a incidência da podridão-mole-da-raiz, doença que pode causar perda total do tubérculo.
Esse problema de falta de resistência genética das manivas-sementes utilizadas nos plantios tem causado perdas significativas de até 60% da produção estadual. Uma solução tecnológica é a implantação dos cultivares BRS Poti e BRS Mari, que têm como grande diferencial a tolerância à podridão-mole-da-raiz, além de produtividade esperada acima de 25 t/ha.
Diante desse problema, que está comprometendo a produção regional, a Adepará vai apoiar a introdução de mecanismos de resistência que, se não forem implementados em curto prazo, podem inviabilizar essa lavoura rotulada como a “raiz do Brasil”, e que no Pará, compõe um dos pratos mais típicos da culinária regional. A compra dessas mudas vai ser realizada com recurso de emenda parlamentar e a distribuição de acordo com a necessidade, após estudo feito pela Agência.
Segundo o diretor geral da Adepará, Luiz Pinto, esse problema está comprometendo a produção regional e faz-se necessária uma estratégia capaz de diminuir a incidência de pragas. “Muitos agricultores não conseguem mais produzir por conta dessa praga. Através da criação de áreas livres à podridão-mole-da-raiz, vamos poder aumentar a produtividade da lavoura e, por conseguinte, a rentabilidade do produtor rural”, destacou.
Ainda segundo o diretor, esse é um projeto inovador na região Norte, onde será implantado em 40 hectares, sendo10 mil mudas/ha de “Jardim Clonal”, para produção de manivas-semente para novos plantios. Espera-se ao final de 18 meses após o plantio das mudas, a produção de 4 milhões de manivas-semente.