Detentos
custodiados pela Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe),
no Presídio Estadual Metropolitano I (PEM I), estão participando do curso de
confecção de bolsas, que é promovido em parceria com o Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Senar).
No total,
17 detentos estão aprendendo as técnicas de corte dos tecidos e modelagem do
papel de couro, que se transformam em bolsas e portas níqueis, com diferentes
formatos e tamanhos. “São 40 horas semanais de curso. Não é difícil e eles
podem usar a criatividade para fazer vários modelos, assim como acrescentarem
outros materiais, como o fuxico, por exemplo”, explicou o instrutor do curso
Luiz Leite.
O detento
Alexandre Paixão, de 37 anos, participa pela primeira vez de um curso
profissionalizante. “Eu achava que era bem difícil aprender, mas agora vi que
não é. Estou feliz, por que já tenho uma fonte de renda quando sair”, disse o
detento.
Para a
pedagoga do PEM I, Karin Monteiro, o curso vai ajudar o preso a ter uma
perspectiva de trabalho, após cumprir a pena e ganhar a liberdade. “Esse curso
abre um leque de oportunidades, pois eles podem abrir o próprio negócio e
ganhar uma boa renda através disso. O mercado hoje é muito fechado, ainda mais
para pessoas com o histórico deles. Infelizmente ainda temos o preconceito e
não são todas as pessoas que procuram dar uma nova chance”, atestou.
Quem também
aproveitou o curso foi o detento José Carlos Silva, de 42 anos. “Eu tenho três
filhos e já estou aqui pensando no sustento deles. A minha esposa trabalha com
artesanato, por isso estou ansioso para mostrar pra ela que também aprendi
alguma coisa. Vamos unir nossa criatividade e colocar a mão na massa”, planeja
o detento.
Para os
internos, os cursos profissionalizantes são a oportunidade de recomeçar a vida
com trabalho e renda, além de diminuir o tempo de pena na prisão. De acordo com
a Lei de Execução Penal (LEP), a cada quatro dias trabalhados um dia da pena é
remido.