Foto: Agência Pará |
O Centro de
Perícias Científicas Renato Chaves procedeu na tarde desta quinta-feira (20),
no Hospital de Clínicas Gaspar Viana, ao Exame de Constatação, também chamado
de Perícia de Local de Crime sem Cadáver. O procedimento foi solicitado pelo
delegado Walter Resende, presidente do inquérito que apura o desaparecimento do
corpo de um bebê na instituição.
Os peritos
Benedito Leão e Nilson Barbosa refizeram o trajeto do corpo, desde que saiu da
UTI Neonatal, onde faleceu, até o necrotério, onde foi deixado para ser
entregue à família. Apuraram todas as evidências de fatos acontecidos neste
percurso na madrugada do dia 17, quando ocorreu o óbito, e verificaram as
condições de segurança e acessibilidade à área de onde, supostamente, o corpo
da criança foi retirado.
A atenção
dos peritos, neste tipo de exame, é voltada para a presença de vestígios,
material biológico e objetos que possam ter alguma relação com o crime ou
ajudem a desvendá-lo. A UTI Neonatal, o corredor de acesso ao necrotério do
hospital, a sala de velório e a câmara fria foram minuciosamente observados e
fotografados.
Servidora
do Hospital de Clínicas e membro da Comissão de Sindicância instalada
oficialmente nesta quinta-feira para investigar o caso, a diretora de Ensino e
Pesquisa Cléa Bichara, ao lado do diretor administrativo Paulo Wanderley,
acompanhou a perícia, repassando as informações solicitadas e explicando os
protocolos da instituição.
Inquérito -
A Polícia Civil já ouviu sete depoimentos sobre o caso, entre a terça-feira e o
dia de ontem, na Seccional da Pedreira. Entre os depoimentos, estão o da mãe do
bebê e de uma familiar, e os demais são de funcionários administrativos e do
setor de limpeza da Unidade de Saúde.
O delegado
Walter Resende já requisitou ao hospital uma série de documentos, como
prontuário de atendimento médico, certidão do óbito e relação dos funcionários
que estavam de plantão no momento em que o desaparecimento do corpo foi
constatado no hospital. A partir disso, outras pessoas deverão ser intimadas a
prestar esclarecimentos.
Na condução
do inquérito, o delegado busca primeiramente descartar as hipóteses até agora
aventadas, quando, perante a investigação, elas se tornam inverossímeis.
Diligências estão sendo feitas também fora do prédio em busca de evidências,
estando à disposição da população, para colaborações, o fone 181 do Disque
Denúncia.
Uma das
hipóteses já descartadas é a possibilidade de o corpo do bebê ter sido entregue
por engano a outra família, ou ter sido conduzido juntamente com outro corpo.
“Não houve outro óbito no hospital no período que vai do falecimento da criança
até a constatação do desaparecimento”, ressalta Cléa Bichara.
Tanto o
inquérito, aberto na terça-feira na Seccional da Pedreira, quanto a sindicância
interna do HC têm prazo de 30 dias para conclusão.