Aumento na venda de materiais de construção dá alerta para os cuidados com a segurança nas obras



O setor de varejo de materiais de construção comemora um crescimento de 4% das vendas nos primeiros oito meses do ano, sobre o mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados no dia 4 de setembro pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), que entrevistou 530 lojistas em todo o Brasil.

A comercialização de mais materiais de construção é indicativo de mais obras sendo feitas pela população, por isso, o incremento na venda desses produtos torna ainda mais oportuno um aspecto muito importante de qualquer obra: a segurança.

Uma pesquisa nacional encomendada pelo CAU/BR ao Datafolha sobre os hábitos dos brasileiros apontou que 54% da população já fizeram obras em casa, mas a maioria (85%) não utilizou os serviços de um profissional qualificado para acompanhar o projeto. O resultado disso é um custo maior e insatisfação com o resultado da obra, além dos riscos de ter uma reforma sem os cuidados técnicos necessários. No Norte, em apenas 10% das obras há um arquiteto ou engenheiro contratado.

O presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo no Pará, Adolfo Maia, lembra que é fundamental ter um profissional responsável pela obra. “A região Norte é a que apresenta o menor percentual de utilização de profissionais tecnicamente habilitados. A falta de um profissional especializado na realização de reformas ou construções pode ocasionar diversos problemas na obra e para a segurança das pessoas”, explica Adolfo Maia.

Maia destaca ainda que a maioria das pessoas entrevistadas na pesquisa admitiu ter utilizado apenas serviços de mestres de obras ou pedreiros e mostrou-se arrependida. “Falta de planejamento, custos acima do orçamento original, descumprimento de prazos, desperdício de materiais e necessidade de refazer serviços foram as principais razões apontadas”, relaciona.

Adolfo Maia explica que a principal barreira para a contratação de serviços de arquitetos é a falsa ideia de que se trata de um trabalho caro. “O projeto representa um pequeno percentual do custo da obra. Normalmente, entre 5 e 10% do valor total do projeto”, diz o presidente do CAU/PA.

De acordo com a Anamaco, o segundo semestre do ano corresponde tradicionalmente a 65% das vendas do varejo de material de construção no ano. Por isso, a previsão é que até o final de 2017, o setor apresente um crescimento total 5% maior do que em 2016.

- 7 mil lojas de material de construção no Pará, sendo 4 mil lojas em Belém e Ananindeua;
- 2.272 arquitetos e urbanistas registrados no Pará;
- 233 empresas de arquitetura em atividade no Estado.

Legislação e norma - Segundo a legislação brasileira, toda nova edificação deve ser registrada junto ao governo e possuir um responsável técnico, que é o profissional que possui os conhecimentos e habilitações acadêmicas e legais para projetar e acompanhar a execução de uma obra, de grande ou pequeno porte. Pode ser um arquiteto e urbanista ou um engenheiro, por exemplo.

Esses profissionais dominam os processos construtivos e conhecem os mais adequados materiais e produtos, o que assegura melhor custo/benefício, qualidade e - muito importante - segurança.

A NBR 16.280 da ABNT, que tem força de lei, estabelece que qualquer obra, seja em área comum ou dentro de uma unidade condominial, deve ter um Responsável Técnico.