Curso de refrigeração prepara detentos para o mercado de trabalho



Um grupo de 18 detentos custodiados no Centro de Detenção Provisório de Icoaraci (CDPI) iniciou um curso de refrigeração, promovido pela Associação Beneficente de Capelania Social (Abecas), em parceria com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe).

O primeiro módulo do curso dura em torno de três meses e tem uma carga horária de 80 horas de aulas teóricas, que são ministradas por dois instrutores da Abecas, acompanhados também por um agente de educação da Susipe, que observa e avalia o desempenho dos alunos.

"Todos os detentos queriam fazer o curso, mas nós demos prioridade para aqueles que já estão estudando e também têm bom comportamento. É a primeira vez que o curso é realizado aqui e acreditamos ser uma oportunidade para os detentos, pois lá fora o curso é pago e bem difícil de conseguir uma vaga", destacou Edson Sacramento, agente de educação da Susipe.

Durante todo o curso, os detentos irão aprender como fazer a manutenção de aparelhos condicionadores de ar do tipo split; instalações, além de limpezas e correções - desde pequenos reparos nas placas eletrônicas e falhas nos compressores até problemas mais graves nos equipamentos periféricos do aparelho.

"Aqui eles terão no mínimo 50% de aulas práticas e já vão sair preparados para o mercado de trabalho, tudo dependerá da vontade deles em aprender. Nós vamos trazer equipamento de solda e compressores para eles praticarem e se nós percebemos que eles ainda não estão seguros, o curso será estendido por mais um tempo, até que eles saibam fazer tudo sozinhos", informou Fábio Monteiro, instrutor da Abecas.

"Eu nunca tive uma oportunidade dessas lá fora, então eu estou aproveitando que aqui alguém quer fazer alguma coisa por mim. Com o curso posso sair daqui e arranjar um emprego para sustentar a minha família. Só isso nos dá força para continuar", disse o detento Geovani Coutinho, de 34 anos.

Para o detento Carlos Silva Júnior, de 37 anos, o curso também trará mudanças que ele não conseguiu fazer antes de entrar no presídio. “Eu cheguei a ter oportunidades, mas não dei valor. Somente quando entrei no presídio é que a vontade de estudar e me capacitar apareceu, então a partir daqui é o passo inicial para a minha vida mudar. Agora só depende de mim para tudo dar certo”, avaliou.

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