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Foto: Fábio Nascimento - Greenpeace |
Na primeira semana de setembro,
ao sobrevoar a Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (Renca), na divisa
do Pará com o Amapá, uma equipe de investigação do Greenpeace identificou 14 garimpos
e oito pistas de pouso ilegais. Uma carta-denúncia, incluindo mapas, imagens e
dados das áreas, foi entregue pela organização aos órgãos competentes:
Ministério Público Federal do Pará, Ministério Público Estadual do Pará,
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade Pará (Semas),
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e Polícia Federal.
Todos os garimpos clandestinos
identificados estão ativos dentro da Floresta Estadual do Paru, uma unidade de
conservação, no município de Almeirim, no Pará - local cujo plano de manejo não
permite qualquer tipo de exploração mineral. Na área de 4,7 milhões de hectares
da Renca existem hoje nove áreas protegidas: sete unidades de conservação e
duas terras indígenas.
“Sobrevoamos uma pequena parte da
Renca e localizamos todos esses pontos em uma única unidade de conservação.
Quantos mais podem existir em toda a região?”, argumenta Marcio Astrini,
coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil. “Se o governo
brasileiro não tem condições de controlar a ilegalidade atualmente, enquanto a
área está sob sua custódia, o que vai acontecer se abrir a Renca para a
exploração comercial?”, pondera.
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Foto: Fábio Nascimento - Greenpeace |
No documento encaminhado às autoridades, o
Greenpeace alerta também para o grande risco que o garimpo representa para a
biodiversidade e para as populações tradicionais na região. A prática destrói,
de forma rápida e desordenada, a floresta, a margem de rios e contamina a água,
o solo, animais e seres humanos com mercúrio, gerando sequelas de longo prazo
para todo o ecossistema. “Se, além de não combater a ilegalidade, o governo
abrir a área para a exploração mineral privada, causará um efeito devastador,
deixando toda a região à mercê do desmatamento e da grilagem de terras”,
analisa Marcio.
*Colaboração Greenpeace