Uma operação realizada pelas
Polícias Civil e Militar resultou no cumprimento de 36 mandados judiciais,
entre os quais, 14 mandados de prisão, 21 de busca e apreensão e duas conduções
coercitivas, nesta terça-feira, 5, em Belém. Dentre os presos, sete policiais
militares e outros sete cidadãos, que são apontados por envolvimento em
milícias responsáveis pela autoria de homicídios, em Belém.
A maioria dos alvos da operação
estava no bairro da Pedreira, em Belém. Denominada de Cantera (pedreira em
espanhol em alusão ao nome do bairro), a operação contou com cerca de 250
policiais civis e militares.
Além das prisões, foram
apreendidas 11 armas de fogo, que podem ter sido utilizadas nas mortes e
passarão por perícias. Dez veículos, dentre os quais seis carros e quatro motos
também foram apreendidos. Dos seis carros, três são prata, um vermelho, um
preto e um verde.
A operação policial resultou de
duas investigações. Uma delas realizada pela Corregedoria Geral da PM para
apurar crimes militares. A outra pela Polícia Civil para apurar crimes de
extorsão, sequestro e homicídios.
As investigações que resultaram
na operação tiveram início com a chacina registrada em Belém, entre a noite de
20 para 21 de janeiro deste ano, quando mais de 20 pessoas foram mortas na capital.
As informações foram prestadas
durante entrevista coletiva na Delegacia-Geral, presidida pelo secretário de
Segurança Pública e Defesa Social, Jeannot Jansen; do delegado-geral Rilmar
Firmino, e comandante-geral da PM, coronel Hilton Benigno.
Trabalho - A operação policial
teve início com concentração dos policiais civis e militares no auditório do
Detran, na Avenida Augusto Montenegro.
Após reunião prévia, que contou com a palavra do secretário de Segurança
Pública, as equipes policiais se deslocaram em comboio, por volta de 5 horas,
em direção aos alvos da operação.
Conforme o delegado-geral, os
presos são apontados como responsáveis por crimes cometidos em troca de
vantagens financeiras. Ele ressaltou que, nas investigações já realizadas dos crimes
cometidos pelo grupo, foi possível contatar a autoria de 17 homicídios
consumados e de seis tentativas de homicídios, na capital paraense.
Os policiais militares tiveram
mandados de prisão preventiva decretados pela Justiça. Já as demais pessoas estão
presas com mandados de prisão temporária de 30 dias. Para o delegado, com as
prisões, dos exames periciais requisitados e de outras investigações será
possível esclarecer muitos homicídios. Além da Chacina de Belém, ocorrida em
janeiro, os presos são apontados por envolvimento no atentado a tiros contra
uma testemunha do caso. Eles também teriam envolvimento no baleamento de três
pessoas e na morte de outra, na Pedreira.
Para o comandante-geral da PM, a
operação representou, por um lado, tristeza pelo fato da constatação de que
integrantes da tropa estão envolvidos em crimes, porém, por outro lado, mostra
que as instituições policiais não toleram desvios de conduta e estão combatendo
essas práticas. "O inquérito policial militar continua até que a Corregedoria
finalize as investigações", assevera Benigno.
O secretário Jeannot Jansen
ressaltou que o Sistema de Segurança Pública vai continuar combatendo agentes
públicos que se utilizam da função para cometer atos ilegais, para que sejam
investigados e, em comprovadas as denúncias, punidos na forma da lei.
"Delinquente é delinquente. Não interessa se está de farda ou não. É fora
da lei", destaca.
Todos os presos passaram por
exames de corpo de delito realizados por peritos do Centro de Perícias
Científicas Renato Chaves na própria Delegacia-Geral. Em seguida, foram
recolhidos no Sistema Penitenciário à disposição da Justiça.