A campanha Outubro Rosa será
lançada oficialmente no Pará nesta segunda-feira (2), às 9h, no Teatro Estação
Gasômetro, em Belém. As ações de mobilização para a detecção prematura do
câncer de mama, e também estendida ao do colo de útero, ocorrem por todo mês
com palestras, rodas de conversa e procedimentos a partir de parceria entre a
Coordenadoria do Núcleo de Apoio à Gestão na Atenção à Mulher (Nagam), da Secretaria
de Estado de Saúde Pública (Sespa), e o Núcleo de Articulação e Cidadania
(NAC), do governo estadual.
Durante a abertura haverá uma
mesa redonda com médicos especialistas no tratamento de câncer e psicólogos
além da participação especial do Coral Timbres, da Superintendência do Sistema
Penitenciário do Estado (Susipe), que é formado por detentas custodiadas no
Centro de Recuperação Feminino, em Ananindeua, e da soprano Patrícia Oliveira.
Participam da mobilização outros
órgãos públicos e entidades representativas de defesa do público feminino. O
objetivo é intensificar as informações sobre acesso aos serviços de diagnóstico
e tratamento, visando a redução da mortalidade. Apenas no Pará, a doença já
causou a morte de 2,8 mil mulheres, entre 1996 e 2014, apontam números do
Departamento de Informática do Ministério da Saúde (Datasus). Só no Hospital
Ophir Loyola, que é referência para o tratamento da doença no Estado, cerca de
2 mil novos casos passaram a ser tratados entre 2013 e 2016.
“O estado avançou no diagnóstico
do câncer de mama. Fizemos um investimento na quantidade de exames de
mamografias e biopsias de mama. Em 2016, foram realizadas 61.415 mamografias no
Estado e como resultado houve uma redução de 12% no número de óbitos no ano de
2016, em relação a 2015. E vamos continuar trabalhando para que hajam ainda
mais reduções relacionadas a essa doença”, ressaltou Nazaré Falcão,
coordenadora do Núcleo de Apoio à Gestão na Atenção à Mulher.
Cerca de 57.960 novos casos de
câncer de mama serão diagnosticados no Brasil em 2017, de acordo com o INCA. No
Pará, a taxa de incidência estimada é de 20 casos para 100 mil habitantes.
Segundo o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), o Câncer de Mama é a
segunda causa de óbito em mulheres, sendo o Câncer de Colo do Útero a primeira
causa de óbito na população feminina.
Prêmio Pará Mulher - Os 144
municípios paraenses têm até o dia 18 de outubro para se inscrever na terceira
edição do prêmio Pará Mulher, que vai reconhecer e premiar as gestões
municipais mais empenhadas em ações de prevenção e diagnóstico precoce do
câncer do colo de útero e de mama no Estado. O concurso vai selecionar cinco
municípios que alcançarem as duas metas dos indicadores de câncer de colo do
útero e mama simultaneamente, a partir do que é pactuado com o Ministério da
Saúde.
Por meio do Sistema de
Acompanhamento e Monitoramento da Execução de Políticas Públicas do Ministério
da Saúde (Sispacto), é possível traçar um diagnóstico a partir das regiões de
saúde, Estados, municípios e Distrito Federal, além de possibilitar ao gestor
desenhar ou redefinir planos e estratégias adequadas às necessidades da
população a partir da leitura das estatísticas disponíveis. O período a ser
avaliado será entre julho de 2016 e julho de 2017.
Os municípios destaque recebem
uma estatueta comemorativa, um certificado de participação, além de kits de
informática contendo um (1) computador, uma (1) Impressora e um (1) Nobreak;
uma sala montada para coleta de preventivo com mesa ginecológica, foco móvel,
banqueta giratória, escadinha, balde inox, armário vitrine e mesa de mayo, além
de 3.000 Kits para coleta de PCCU.
O município de Primavera foi o
que mais se destacou nas estatísticas de combate ao câncer de mama e colo do
útero em 2016. Os municípios de Paragominas, Santarém, Conceição do Araguaia e
Barcarena também receberam o prêmio por terem alcançado as metas. Vitória do
Xingu, Curuá, Canaã dos Carajás, Ananindeua, Bragança e Castanhal foram
homenageados por terem cumprido apenas uma das metas. No ano passado 95
municípios participaram da campanha, 48 a mais que na primeira edição.
Incentivos - Dentro da
programação Outubro Rosa, haverá também a “I Caminhada para conscientização do
Câncer de Mama”, no dia 21 de outubro às 7h, no Parque do Utinga. “No Outubro Rosa
trabalhamos a promoção, prevenção e diagnóstico precoce. A promoção e prevenção
são feitas através da discussão sobre a doença, incentivando hábitos de
alimentação saudável e práticas de exercício físico”, disse a coordenadora da
estadual da Saúde da Mulher, Gabriela Góes.
“A prática de exercício físico é
muito importante na redução das chances de desenvolver o câncer. Nesse sentido,
um dos focos da campanha desse ano será discutir sobre a prevenção por meio de
atividades físicas. Aconselhamos começar por meio de caminhadas, três vezes na
semana e intensificar aos poucos. Nesse sentido faremos a primeira Caminhada
alusiva ao Outubro Rosa, para estimular mulheres e homens no combate ao câncer
de mama”, explicou Gabriela.
Paralelo a isso, a Sespa também
está apoiando o Pedal Mulher Nota 100, um evento de ciclismo feminino, que
acontecerá, no dia 22 de outubro, com trajeto de 100 quilômetros de Belém até o
município de Colares, no Nordeste do Estado. A largada será às 5h da manhã do
Mercado de São Brás e a chegada por volta das 12h em Colares.
O evento, alusivo ao Outubro
Rosa, é uma realização do grupo Pedal
Delas e do Matinal Training e tem o objetivo de alertar sobre o câncer de mama
e incentivar mulheres de todas as idades à prática de esporte como atitude
que ajuda na prevenção de doenças como o
câncer.
O evento também conta com apoio
de outros órgãos estaduais como Ceasa, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária
Estadual e Polícia Militar assim como da Semob e de diversas empresas privadas.
As inscrições ainda podem ser feitas pelo link https:// goo.gl/b5GKhU com
direito a camisa manga longa, hidratação, apoio, mecânico e
socorristas. Informações: 98113-4282 (Cris Freitas)
Novos projetos - Como parte do
aperfeiçoamento da rede de assistência para o controle do câncer de colo do
útero no Pará, a Sespa também realizou nos dias 27 e 28, dois tipos de
treinamento para profissionais de saúde que são atuantes no rastreamento do
câncer uterino. A medida visa reduzir os índices de morte da doença, que no ano
passado levou 345 mulheres a óbito só no estado.
Os treinamentos fazem parte de
uma ideia traçada pela secretária adjunta de Saúde Pública, Heloísa Guimarães,
e ampliada em forma de ações e debates que estão sendo realizados por
integrantes das coordenações estaduais de Saúde da Mulher, Atenção Oncológica e
Educação Permanente em Saúde, pela Assessoria Técnica do Gabinete e pelo Núcleo
de Gestão na Atenção à Mulher no Controle do Câncer de Colo do Útero e Mama.
E para encurtar o tempo de espera
de pacientes por exames necessários ao tratamento do câncer de colo de útero
foi realizado um treinamento para o novo sistema de mensagens denominado
“Siga-me”. A ferramenta de notificação acompanhará e orientará as pacientes,
por meio de mensagens de texto, na marcação de exames, acelerando casos que
possuem algum grau de risco.
O treinamento para o “Siga-me” já
foi realizado em 55 cinco técnicos oriundos de Belém, Ananindeua, Benevides,
Marituba, Santa Bárbara, Acará, Bujaru, Colares, Concórdia do Pará, Santa Izabel,
São Caetano de Odivelas, Santo Antônio do Tauá, Tomé-Açu e Vigia.
O câncer de colo do útero é o
tumor com maior potencial de prevenção e cura quando diagnosticado em estágio
inicial. A falta de conhecimento da doença, por parte da população, e das
ferramentas para sua prevenção e tratamento, por parte inclusive de
profissionais de saúde, podem estar entre as causas das altas taxas de
incidência, morbidade e mortalidade no Pará.
O papel de quem está na atenção
básica é fundamental para desmistificar algumas barreiras culturais associadas
à falta de informação, como a vergonha de realizar exame ginecológico ou
proibição por parte de maridos e namorados. Tudo passa pela comunicação e a
maneira de informar sobre as ferramentas de prevenção, como a vacina, exame
preventivo papanicolau e avanços no tratamento.
Outubro Rosa - De acordo com o
Instituto Nacional do Câncer – INCA, o movimento nasceu na década de 90, para
estimular a participação da população no controle do câncer de mama. A data é
celebrada anualmente, com o objetivo de compartilhar informações sobre o câncer
de mama, promover a conscientização sobre a doença, proporcionar maior acesso
aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da
mortalidade. O objetivo é fortalecer as recomendações do Ministério da Saúde
para o rastreamento e o diagnóstico precoce do câncer e desmistificar conceitos
em relação à doença.