A Secretaria de Estado de Saúde
Pública (Sespa) mantém as ações de combate à malária no município de Oeiras do
Pará, na região nordeste, com o objetivo de conter o surto da doença que
começou no segundo semestre de 2016, e mesmo com todas as ações já realizadas
pelos governos estadual e municipal ainda não está totalmente sob controle.
Em 2016, a Sespa apoiou as ações
municipais de combate à malária por meio do 13º Centro Regional de Saúde. Como
não houve redução no número de casos, em agosto deste ano a Secretaria
organizou uma força-tarefa com agentes de saúde e laboratoristas do Estado para
intensificar as ações de combate à malária no município atuando, nas áreas que
registraram os maiores índices da doença.
Segundo o coordenador estadual de
Controle da Malária, Cláudio Cardoso, foram montados laboratórios volantes para
diagnóstico e tratamento da malária, instalados mosquiteiros impregnados com
inseticida e distribuídos testes rápidos para agentes comunitários. “Hoje, o
município conta com 10 laboratórios de diagnóstico e tratamento fixados em
localidades estratégicas, sendo um na zona urbana e nove laboratórios na zona
rural”, informou o coordenador estadual.
Todo o trabalho está sendo
realizado em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde de Oeiras do Pará.
São seis equipes volantes atuando nas localidades de Murujucá, Castanheiro, Rio
Arioca, Ponta da Ilha Comprida, Rio Proaná e Mocajatuba, já no limite com o
município de Bagre, no Arquipélago do Marajó.
Investimento - As ações
realizadas até o momento contam com apoio logístico do governo do Estado, que
fornece equipamentos e insumos. Foram disponibilizados 2.500 mosquiteiros,
quatro microscópios, duas motocicletas, três voadeiras, três motores de popa,
10 litros de inseticida, quatro rabetas, um atomizador costal e um
termonebulizador Profog. O Estado também arcou com os gastos com combustível e
pagamento de diárias aos agentes, investindo nas ações cerca de R$ 500 mil.
Uma das dificuldades apontadas por
Cláudio Cardoso é que muitos pacientes abandonam o tratamento, que deve ter a
duração de sete dias. “No terceiro dia, com os sintomas amenizados, alguns
deixam de tomar o medicamento e acabam tendo uma recaída mais tarde, e isso é
bastante preocupante”, disse ele.
“Para tentar mudar esse
comportamento, os agentes de endemias que visitam as casas têm dado orientação
às famílias sobre a importância de os pacientes completarem o tratamento. Nós
também estamos indo às rádios locais e distribuindo panfletos à população com
essa informação”, acrescentou o coordenador da Sespa.
Plano Emergencial – Em 22 de
setembro deste ano, o secretário de Estado de Saúde Pública, Vitor Mateus, se
reuniu com representantes dos municípios de Anajás, Bagre, Curralinho, Oeiras do
Pará, Portel, São Sebastião da Boa Vista, Breves, Cametá, Muaná e Limoeiro do
Ajuru, que juntos registram 94% dos casos da doença no Pará, para tratar da
elaboração de um Plano Emergencial de Controle da Malária a partir dos planos
municipais.
O objetivo é fortalecer as ações
de controle da malária nesses 10 municípios, com o fornecimento de
equipamentos, insumos e pessoal treinado para auxiliar as equipes locais,
principalmente com medidas preventivas, diagnóstico precoce e tratamento
imediato dos doentes.